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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

- A salvação e as boas obras

Por outro lado, levamos em conta que nossos pecados estão diante de Deus, e também se fazem sentir em nossa consciência acusadora; e devido a isto, o homem tem inventado a salvação das boas obras. Para quê? Para subornar a consciência, a qual constantemente lhe acusa que está condenado. Alguns têm inventado a teoria da balança, que consiste na crença de que Deus vai pesar em uma balança as obras de todos e cada um dos homens. Em um pratinho vai por as obras boas e no outro as más. Se as boas pesam mais, vai para o céu, e se pesam mais as más, ele vai para o inferno. Existem pessoas que enganam a si mesmas pensando que suas obras tem algum mérito diante de Deus como para que Ele as contabilize para salvar a pessoa.Estamos na era da graça. O que significa isso? O que é graça? A Bíblia declara que Deus é amor (1 João 4:8): não meramente que ama, senão que sua natureza é amor. Ele ama o homem, e o vendo necessitado e perdido, põe em ação Seu amor, e manifesta Sua misericórdia; mas não fica na simples misericórdia, porque Ele sabe que só isso não resolveria nossa miserável situação; de maneira que o amor de Deus tem uma expressão que vai mais além da sua misericórdia, e é a graça de Deus para com o homem. A graça é a obra de Deus em favor do homem necessitado, perdido, condenado. No Antigo Testamento se fala da lei, que consiste nas demandas de Deus para com o homem, para que o homem faça obras para Deus; mas a graça, manifestada no Novo Testamento, é o contrário, é a obra que Deus faz em favor dos homens, e essa obra a faz em Seu Filho, Jesus Cristo. Ele é o Cordeiro de Deus que foi imolado desde antes da fundação do mundo.É verdade que a partir do Concílio de Trento, o catolicismo romano aprovou a aceitação da doutrina da graça e da fé, para a salvação, mas na prática; o das obras havia se arraigado profundamente, tanto que ainda hoje em dia se exalta a santidade de algumas pessoas, não necessariamente com base na graça e obra de Deus a favor deles e neles, senão nas obras e méritos deles mesmos, como se houvessem conquistado a salvação e a exaltação com a ajuda de seus méritos pessoais. Então talvez me dirão, acaso não chegaram a ser autênticos vencedores? Isso só o Senhor sabe. Apesar do anotado acima do Concílio de Trento, a teologia católica na prática segue sustentando "que o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo não foi suficiente e então, tem que fazer o pagar missas, responsos, penitências, comprar indulgências, medalhas, etc., e tratar a todo custo de agregar méritos para a redenção e a ganhar a Salvação por obras"*(2). Nós simplesmente vemos as aparências; só Deus conhece a realidade das coisas, e não podemos julgar antes de que chegue o dia do tribunal de Cristo, em Sua segunda vinda, onde e quando nossas obras serão examinadas e julgadas. Deus não nos faz objetos de Sua graça com base em nossos méritos pessoais; é o contrário, estes obstaculizam a manifestação da graça de Deus; precisamente nossa vida de pecado e perdição, é que nos tem feito necessitados de que a graça de Deus se manifeste. A graça de Deus tem seu fundamento no amor e a misericórdia de Deus, manifestada pela obra de Cristo na cruz do Calvário.
*(2) Jaime Ortiz Silva. "Versões Alteradas da Palavra de Deus". Ransom Press International. 1999. Pág. 55.
Como no Tabernáculo de Moisés, um véu separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (Êxodo 26:33), assim o pecado é um véu que nos separa de Deus; por isso quando Adão pecou se escondeu de Deus. Foi quando Deus começou a buscar o homem, a chamá-lo, pois o homem jamais tem tomado a iniciativa de buscar a Deus; e quando Deus o encontrou, o homem estava tapando sua nudez com folhas, escondendo seu pecado com obras humanas de aparência religiosa. E assim tem sido todo o tempo. Mesmo os crentes, incluídos muitos dos vencedores, vivem escondidos, nos falta transparência diante dos irmãos e diante de Deus. Portanto, é necessário que nos despojemos de toda falsa aparência de piedade, de todo véu; é necessário que não escondamos nada a ninguém. Se aqui insistimos em esconder algo por vergonha, lá o saberá todo o corpo dos crentes. O véu é uma artimanha da alma que não tem experimentado a cruz, para esconder seu verdadeiro estado. Enquanto nosso véu não for de todo tirado, não pode ser completada nossa restauração. Como podemos ser plenamente liberados de nós mesmos? Se nós não nos julgamos agora, e levamos a cruz agora e nos negamos agora, o Senhor nos julgará em Seu tribunal. Poucos crentes compreendem que nossa salvação ainda não foi completada, e que ainda não andamos plenamente na luz. Ninguém pode andar na luz se não anda em união com o Senhor; em pleno acordo com Ele.Muitos de nós vivemos muito ocupados fazendo muitas coisas boas para o Senhor, mas muito poucos estão fazendo o que na realidade Ele lhes tem chamado a fazer. Há um constante chamamento do Senhor a Seus servos, a que se ponham de acordo com Ele. Levemos muito em conta que nenhum grupo religioso tem a exclusividade do Senhor. Com freqüência costumamos moldurar muito mal ao Senhor; desconhecendo Suas legítimas dimensões e Seu coração. Cada crente deve viver como os trilhos da linha férrea; um trilho de nada serve se falta o outro, e no crente um trilho se chama crer, e o outro, obedecer.

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