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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cap 4- Os Vencedores e as Obras- (1ª Parte)

Um evangelho de obras?

No primeiro capítulo temos visto que a salvação não é pelas obras, e sim um presente eterno de Deus para os que Ele antes conheceu. Diz em Romanos 8:29-30.
"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou ".
O verbo grego “preoegno”, conhecer de antemão, não é um simples conhecimento prévio dos que seriam salvos, pois o Senhor enquanto Deus, conhece previamente todas as coisas, e conhecia a todas as pessoas que nasceriam na humanidade em todos os tempos, salvos ou perdidos. Temos que levar em conta que todos estes verbos, para nós os humanos, estão no tempo passado; que se trata de algo que Deus já fez no passado, antes da fundação do mundo, quando os humanos não haviam feito nem bem nem mal. Deus é o Deus da eternidade; Ele vive em um eterno presente; o tempo existe para nós os humanos, não em Deus. Então este conhecer previamente tem uma conotação mais profunda que o simples conhecimento das coisas; é um conhecer intimamente com amor; é amar a seus prediletos, a seus escolhidos.Note que na mesma forma encontramos o verbo conhecer em Gênesis 4:1, quando diz:
" Coabitou( conheceu) o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim ". O mesmo acontece em Mateus 1:24-25: "Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus. ".
Tanto no caso de Adão como no de José, fazia já algum tempo que eles conheciam as suas respectivas esposas, mas ali não fala desse conhecimento e sim de uma relação de amor, de uma intimidade mais além do simples conhecimento pessoal; se trata de um conhecimento profundo e pessoal. Assim nos conheceu Deus desde antes da fundação do mundo.De maneira que aos que antes conheceu dessa maneira predileta, os predestinou para chamá-los e justificá-los. Esse chamamento de Deus encerra uma preparação de todos os chamados, para que o Filho unigênito de Deus se converta em primogênito de muitos irmãos, que conformam agora a família de Deus, porque agora têm a vida e a natureza de Deus, e formam agora o Corpo de Cristo. O Senhor era o Filho unigênito, mas ao encarnar, morrer e ressuscitar, se converteu também no primogênito, dando-nos a vida eterna.Sem que mencionemos o catolicismo romano, que é a religião da salvação pelas obras por antonomásia; tem se estendido no protestantismo uma espécie de evangelho de obras, consistente em ter que fazer coisas para que se vá prorrogando em nós a salvação sem considerar que, pela excelente obra de Seu Filho, Deus já nos tem dado. Temos sido salvos pela cruz de Cristo. Proliferam por ai as organizações com listas de mandamentos e proibições, para que os irmãos as cumpram, e com o qual, talvez sem que tenha sido proposto a eles, tem substituído a autêntica transformação subjetiva e vida no Espírito. O que diz a Palavra de Deus?
"sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado." (Gl. 2:16).Há outras citações bíblicas que falam por si só: " e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés. " (Atos 13:39).
"que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2 Timoteo 1:9).O cristão, que tem recebido sua salvação gratuita de Deus, deve desenvolver sua vida espiritual; não ficar como uma criança; não deve inclinar-se sob o guiar de sua natureza carnal, Mas crescer e chegar a ser um vencedor. A criança não se preocupa pelas coisas profundas de Deus, nem tem capacidade para percebê-las, senão que se baseia nos rudimentos. Lemos em Gálatas 4:3: "Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo". De acordo com o contexto, uma criança e um escravo em nada diferem; são escravos da lei, de obrigações, de estatutos, de rudimentos. Logo diz no versículo 9: "mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?" quais são esses rudimentos? Por exemplo, nos versículos 10 e 11 diz: "Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
11 Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco". Sutilmente se instituem mandamentos e cargas para os irmãos; proibições rudimentares na carne; instituições forçosas de certos dias, certas comidas e certas aparências externas. O Senhor já despojou ao inimigo, aos carcereiros, de todos os decretos que nos condenavam, e triunfou sobre essas potestades (cfr. Colossenses 2:13-15); agora nos tem feito servos Dele. Ainda que o crente deve vestir-se decentemente, entretanto,as vestes de justiça do crente não tem relação com os trajes que colocamos, e sim com a vida de Deus em nós e nossa obediência a Ele. Leiamos em Colossenses 2:16-19:"16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal,19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus".Ninguém cresce espiritualmente obedecendo leis e estatutos de outros, e menos dos que dizem ser muito espirituais e não são. Estas pessoas dominam aos que seguem sendo crianças no espírito. Quem se agarra não a pretendidas cabeças, senão à verdadeira Cabeça da Igreja, o Senhor Jesus, experimentando a normal nutrição corporativa, seu desenvolver espiritual é verdadeiro, não aparente; essa pessoa chega a ser um vencedor, e ninguém o pode privar de seu prêmio como vencedor. A oração não deve ser uma carga, senão um deleite, uma constante comunicação com o Ser que amamos, que palpita com amor dentro de nós; um Ser maravilhoso que está se formando em nós. As vezes chega-se a crer que é pela quantidade, que quanto mais oramos e lemos a Bíblia, somos mais vencedores. Logo segue dizendo nos versos 20-23:" 20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças:21 não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro,22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade".Um crente pode perfeitamente praticar certo ascetismo em seus costumes morais, religiosos e rituais, e continuar sendo um menino , carnal, submetido a preceitos; mas pela Palavra e a experiência sabemos que o cumprimento de preceitos não livra a sua alma dos apetites da carne. Que diremos, por exemplo, do jejum? O jejum se tem convertido em um legalismo; há muita gente que não sabe por que esta jejuando; pelo simples fato de que o jejum esteja instituído em sua congregação? É possível que se tenha chegado ao farisaísmo a respeito; como aquele homem que se jactava de que jejuava duas vezes por semana (Lucas 18:12), quando a lei só lhe mandava uma só vez ao ano, no dia da expiação (Atos 27:9; Levítico 16:29).Lemos em 1 Timóteo 4:1-3: " Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade". O Espírito Santo mora em nosso espírito, onde nos fala e nos adverte que nos guardemos desses espíritos enganadores e da doutrina dos demônios que trabalham com os mentirosos, aos quais a hipocrisia lhes tem cauterizado a consciência. O Espírito nos avisa desses ataques quando nosso espírito está exercitado para escutar a voz de Deus.O celibato e o ascetismo são doutrinas de demônios, posto que atentam contra a continuidade e multiplicação da humanidade; o mesmo que abster-se de certos alimentos necessários para continuar vivendo. Ninguém é mais santo que outro pelo fato de ser celibatário ou porque se abstenha de comer alguns alimentos. Pelo contrário, podem cair em armadilhas de severas tentações. Há falsos ensinamentos religiosos que tem aparência de piedade, que aparentemente te impulsionam à santidade por meio de tuas próprias obras mortas, mas que no fundo são obstáculos para o verdadeiro fortalecimento espiritual.Levemos em conta que no mercado religioso com freqüência se tem por fundamental o que apenas se trata de rudimentos. Por exemplo, diz em Romanos 14:3,5,17: " quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu... 5 Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.. 17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo ". Estas questões das comidas e dos dias de observância religiosa são assuntos menores e secundários para o Senhor, que nem salvam nem impedem a salvação. Se Deus tem recebido alguém mediante a obra de Seu Filho, nós também devemos receber. Todos os que têm sido lavados pelo sangue do Senhor Jesus, são nossos irmãos. O reino de Deus já se manifesta hoje na Igreja, que é a esfera onde o Senhor exerce Sua autoridade nesta era; e o que eu comer e beber não vai a detrimento da justiça, a paz e o gozo que me proporciona o Espírito Santo, e a relação que eu devo manter, viver e expressar aos demais.

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