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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cap 2- Os Vencedores e a Cruz ( 1ª Parte )

A carne e a cruz

Uma vez salvo, o cristão vencedor deve levar a cruz e negar-se a si mesmo. É um mandamento do Senhor para os que voluntariamente o querem seguir. O ensino da cruz não é popular. O crente carnal evita este ensino bíblico; entretanto, as Escrituras dizem que todos nós os que temos crido já fomos crucificados com Cristo; mas nosso velho homem deve experimentar essa crucificação na realidade prática, levar e encarar a cruz em nossa alma, ou seja, viver essa experiência de morte e ressurreição enquanto estamos nesta terra; do contrário vivemos uma vida vencida. Quando isto ocorre, com freqüência somos dominados pelo pecado e por nossa própria vida natural, e como conseqüência não fazemos a vontade de Deus, e essa vida derrotada nos enreda em pecados e em obras que voltarão a nós quando regressar o Senhor, e teremos que dar conta dele. Se não aceitamos levar a cruz agora, é necessário que sejamos tratados no futuro.Um derrotado é vencido pela carne, pelo mundo e por Satanás. Tomar a cruz é obedecer a Deus e estar disposto a passar por todas as situações que Deus haja previsto que passemos. No mundo, a alma tem seus deleites e seus próprios interesses, mas a cruz e o negar a si mesmo rompe com esses vínculos, e a pessoa se submete à vontade de Deus. Só o caminho da cruz nos leva a sermos verdadeiros vencedores; mas muito poucos se animam a abrir a porta que conduz a esse caminho. A vitória de Cristo é nossa vitória, e devemos mantê-la e proclamá-la. Não significa que devemos ser crucificados de novo, pois já fomos crucificados com Cristo. O sangue do Senhor se derramou para expiar o que temos feito; para nosso perdão pelos pecados cometidos e justificar-nos diante de Deus; mas não basta que sejamos perdoados, pois há um problema em nós: herdamos de Adão dentro de nós uma força que nos escraviza; a força do pecado; e por isso é que necessitamos da cruz, para tratar com o que somos; então a cruz, aplicada pelo Espírito, nos libera do poder do pecado, para que não tenhamos que ser julgados pelo que fazemos.O sangue de Cristo nos reconcilia com Deus, mas segue dentro de nós um conflito do qual só nos pode livrar a cruz. A vitória do vencedor não é uma mera transformação em sua carne, senão a vida ressuscitada de Cristo dentro dele. Aceitar a cruz é uma vitória. Um vencedor é o crente que tem ido mais além de aceitar a cruz só objetivamente; o verdadeiro vencedor é aquele que aceita a cruz subjetivamente; é aquele cuja cruz tem matado seu egocentrismo, pois a tem aceitado subjetivamente; e é necessário que a cruz seja aplicada à nossa carne pelo Espírito Santo.Diz o apóstolo Paulo em Gálatas 2:19 b-20:

" Estou crucificado com Cristo;20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”

Este é um nível muito avançado e importante no desenvolver espiritual de um crente que tem negado a si mesmo e leva sua cruz a cada dia. Devido a que na alma está a vontade do homem, é a alma a que tem que decidir se obedece ao espírito, e desse modo lograr sua união com o Senhor por Seu Espírito que mora no espírito do homem; em nosso homem interior.Lemos em João 3:6:

"O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito".

Quando o homem é regenerado no momento de crer no Senhor Jesus, ele vem de ser meramente carne, e já em sua qualidade de crente regenerado segue sendo carnal enquanto não houver experimentado uma renovação em sua alma. Como se efetua essa renovação? A renovação não consiste em modificar a carne. Há muitas instituições, métodos, recursos humanos, terapias e filosofias terrenas que pretendem modificar o comportamento do homem. Deus o que quer fazer de nós não é uma mera modificação de nosso comportamento, senão uma nova criatura, uma criatura à imagem de Cristo; mas a nova criatura não se consegue por modificação, pois a carne de um regenerado segue sendo a mesma corrupta que antes. Na regeneração, Deus nos dá Sua vida não criada, eterna, em nosso espírito, mas nossa carne segue igual. O eu do homem segue intacto. Mas a Bíblia nos diz uma grande verdade em Romanos 6:6:
" sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos".Se apesar disso teu velho ego segue igual, o Senhor nos exorta a que levemos a cruz e neguemos o ego. Diz Lucas 9:23:

" Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me ".
O Que significa tomar a cruz? Diz Roland Q. Leavell: "Levar a cruz quer dizer mais que sobre levar uma enfermidade com inteireza ou sofrer uma desgraça com fortaleza. Uma cruz é algo que alguém pode evitar se assim o deseja, e é algo que alguém aceita voluntariamente por causa de Jesus e a glória de Deus. Significa obediência a Cristo, mas inclui muito mais. Levar a cruz não era um assunto superficial para os doze. Alguns deles chegaram a experimentar a morte por meio da crucificação. Todos eles sofreram violência por serem cristãos, violência que poderiam haver evitado se houvessem entrado em compromissos". (Roland Q. Leavell. "Mateus: o Rei e o Reino". Casa Batista de Publicações. 1988. pág. 95).Indubitavelmente a carne deve ser tratada pela cruz. A moda de hoje é o contrário; que o crente evite o sofrimento e que se aprofunde nos prazeres de uma vida fácil e mundana. Negar a si mesmo é renunciar às demandas, gozos e privilégios de nosso antigo ego e a nossa vida anímica; é negar-se mesmo como princípio de vida natural; não é necessariamente negar coisas, ainda que envolva negar aos prazeres mundanos. Gozar de muitas coisas é contrário à de levar a cruz. Tenha-se em conta que os deleites terrenos acende a concupiscência de nossa carne. O Senhor sabe bem que o que nos espera com Ele no reino é incomparável com tudo aquilo que nos atrai nesta vida terrena. O Senhor Jesus, o Verbo de Deus, tinha tudo em Sua glória com o Pai, e se despojou de tudo isso para poder abrir-nos o caminho para que nós também o desfrutemos, desfrutemos o verdadeiro gozo eterno; o Senhor não se importou no ter aqui nem uma pedra onde recostar Sua cabeça; nesse aspecto estava em pior condição que as aves do céu e que as raposas do campo. Esta vida é tão curta como um suspiro, mas suas atrações nos enervam de tal maneira que temos em pouco as promessas de um Deus verdadeiro e confiável. Depois de fazer um relato da luta entre os desejos da carne e a vida no Espírito, diz Gálatas 5:24:

"E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências".

A crucificação da carne se traduz no quebrantamento do homem exterior, da morte do grão de trigo, e isso é necessário para a liberação e manifestação de nossa vida espiritual. A vida do Espírito deve ser liberada. Diz João 12:24:
"Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto".
Esse grão de trigo é o Senhor Jesus Cristo. Antes de sua morte tinha Sua vida prisioneira em Seu corpo; não podia menos que estar em um só lugar de cada vez; mas com Sua morte e ressurreição, a vida do Filho unigênito foi liberada e produziu muitos grãos à imagem do primeiro, e veio a ser o primogênito entre muitos filhos de Deus. Assim como o grão de trigo, para dar fruto, deve cair na terra e morrer, cada crente, para ser vencedor e produzir muito fruto, deve morrer o seu “eu”; sua vida natural (a dura casca exterior) deve apodrecer e desaparecer, a fim de que libere a vida do espírito e seja manifestado Cristo através dele.Cristo na cruz tratou uma só vez com o pecado para que o pecado não reine mais em nós, mas o Espírito Santo trata dia após dia com o eu por meio da cruz; entretanto, segue no crente uma luta entre a carne e a vida espiritual. Os crentes que na prática não vivem para Deus senão para si mesmos, são considerados cristãos anormais (1 Coríntios 3:1-3); em troca os cristãos espirituais, simplesmente são cristãos normais; já tem experimentado uma renovação que vem de dentro para fora. A renovação é experimentada na alma; é um processo mais ou menos prolongado; depende da dureza da natureza da alma do crente. Há plantas que não crescem devido a que lhes faz falta a luz solar, ou umidade, ou nutrientes, ou tem parasitas; ou não dão muito fruto porque não as podam e limpam; isto contando com que hajam sido semeadas em boa terra.A maturidade leva seu tempo. Por via de regra, um cristão recém nascido não pode evitar ser carnal, como um bebê não pode evitar ser bebê, mas o pior é que a maioria dos crentes permanecem carnais, imaturos, crianças por toda a vida; eles tem medo da cruz, recusam negarem a si mesmos, não querem pagar o preço; carecem de uma disposição para o sofrimento; muito pelo contrário, se encaminham pela amizade com o mundo. Assim como uma pessoa natural tem dado o passo para que por meio da cruz de Cristo se tenha regenerado e tenha sido crucificada a sua carne, assim mesmo deve dar o passo para que mediante o Espírito Santo tome sua própria cruz, e passe de carnal a espiritual, de derrotado a vencedor. Um crente carnal dificilmente pode guiar a outro a Cristo, ou fazer algo que realmente agrade a Deus. O carnal pode estar trabalhando na igreja; mas esse trabalho pode resultar sendo obras mortas. As obras mortas não tem nenhum mérito diante de Deus, por muito boas que pareçam aos olhos dos homens. Indubitavelmente se queimarão quando o Senhor vier, e o pior é que nos impedirão de entrar no reino se não nos arrependermos a tempo.O cristão carnal pode assimilar os ensinamentos, mas na mente.

" Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
6 Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz.7 Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar." (Ro.8:5-7).

Os cristãos de Corinto tinham muito conhecimento e sabedoria, mas na mente. A "insensatez da cruz" é usada por Deus em troca da busca de conhecimento. A Deus não se pode conhecer por abundância de conhecimento e sabedoria humana, senão por fé através da cruz. Os conhecimentos sem a cruz só chegam à mente.

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