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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PALAVRAS DO TRADUTOR

Amados irmãos, Desfrutem dessa maravilhosa obra que o Senhor dispensou para a Sua Igreja, Que esses ensinamentos sejam práticos e abundantes em vossas vidas.
Recebi do Senhor o encargo para traduzir essa trilogia tendo em vista a edificação dos irmãos que falam a língua Portuguesa. Considero-me pago pelo Senhor quando tenho o prazer de constatar que meus amados irmãos estão sendo edificados, fortalecidos no Senhor. Orem por nós, pois prosseguiremos na tradução do terceiro volume da trilogia chamado “Concílios Ecumênicos, Notas de Rodapé” .
Somos um em Cristo Jesus!
Fraternalmente, Paulo Almeida.

BIBLIOGRAFIA

- Aproximación al Apocalipsis - Gino Iafrancesco V.- Catolicismo Romano - Orígenes y Desarrollo. José Grau. E.E.E. 1987.- Comentario Bíblico. Matthew Henry. CLIE, 1999.- Cómo Escapar del Laberinto Religioso sin dejar de ser fiel a Dios. Raúl Marrero. Editorial Vida. 1998.- Curso de Formación Teológica Evangélica. Tomo IX. Escatología II. Francisco Lacueva. CLIE, 1983.- Diccionario Expositivo Vine. W. E. Vine. Ed. Caribe. 1999.- Doctrinas Claves. Edwin H. Palmer. El Estandarte de la Verdad. Carlise, Pensilvania, USA. 1976.- El Evangelio de Dios. Watchman Nee. Living Stream Ministry, Anaheim, California. 1994.- El Hombre Espiritual. Watchman Nee. Libros CLIE. Barcelona. 1989.- El plan de Dios y los Vencedores. Watchman Nee. Editorial Vida, 1977.- El Tabernáculo de David. Martín Stendal. Colombia para Cristo. 1998.- El Tribunal de Cristo, ¿Será Juzgado el Creyente? Delcio Meireles. Ediciones Parousia Ltda. 1993.- Estudio sobre el Libro de Apocalipsis. John Nelson Darby. La Bonne Semence. 1988.- Eventos del Porvenir. J. Dwight Pentecost. Editorial Libertador. 1977.- Frente a la Caída. Gino Iafrancesco V.- La Búsqueda Final. Rick Joyner. Whitaker House. 1997.- La Cruz en la Vida Cristiana Normal. Watchman Nee. Editorial Portavoz 1996.- La Economía de Dios. Witness Lee. L.S.M. California. 1968.- La Enseñanza de los Apóstoles. Witness Lee. Living Stream Ministry. 1990.- La Iglesia de Jesucristo, Una Perspectiva Histórico Profética. Arcadio Sierra Díaz. Publicaciones Cristianas, 1998.- La Iglesia Gloriosa. Watchman Nee. CLIE. 1987.- La Salvación del Alma. Watchman Nee. CLIE, 1990.- Los Vencedores. Witness Lee. LSM. L993.- Mateo: El Rey y el Reino. Roland Q. Leavell. Casa Bautista de Publicaciones. 1988.- Nadie se atreve a llamarlo engaño. Clayton E. Sonmore. M.S.M. 1995.- Padres Apostólicos. Daniel Ruíz Bueno. BAC. 1985.- Rumbo a la ocupación mundial. Gary H. Kah. Editorial Unilit. 1996.- Sentaos, andad, estad firmes. Watchman Nee. Editorial Portavoz.- Versiones Alteradas de la Palabra de Dios. Dr. Jaime Ortiz Silva. Ransom Press International. 1999.

- Restaurarás o Reino agora?

Então, irmãos, quem escreve isto que aparece em Apocalipse? João, um dos doze apóstolos do Senhor Jesus Cristo. Quem escreveu o que temos lido anteriormente? Pedro, outro dos doze. Mas o curioso é que eles mesmos, João, Pedro, Mateus, Felipe, André, Tiago e demais discípulos, já chegada a hora da ascensão do Senhor, se aproximavam do Senhor para fazer uma pergunta. O Senhor os havia convocado a que se reunissem no monte das Oliveiras, mas eles, antes que o Senhor ascendesse ao céu, lhe fizeram uma pergunta. É possível que todos esses dias houvessem estado à expectativa de cada palavra, de cada movimento do Senhor depois de haver ressuscitado. Que glória, que dias aqueles! O que virá agora, João? O Que poderá suceder nestes dias, Pedro? e perguntaram diretamente a Ele. Se não for agora, poderemos ter outra oportunidade? "6 Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que
restaures o reino a Israel?" (At. 1:6). Eles, seus íntimos amigos e discípulos, tinham essa preocupação; eles sabiam acerca das promessas de Deus sobre o reino. E também criam que Jesus era o verdadeiro Rei messiânico; logo foram testemunhas de como o Senhor se entregou para que o matassem; que voluntariamente se entregou para que o julgassem e o levassem à cruz, pois também, Ele poderia esquivar e fugir com seus discípulos; ir longe. Pedro mesmo havia insinuado (cfr. Mateus 16:22). Tudo isso puderam estar eles pensando dias antes. Mas se deixou matar. Bom, ressuscitou. Aleluia! Mas, o que segue agora? Agora vemos que ele vai. Isto o que é? Há algumas coisas agora que não entendemos. Por isso perguntam ao Senhor ressuscitado e nas portas da ascensão, se ele ia restaurar o reino a Israel nesse tempo.A pergunta dos discípulos do Senhor Jesus, quanto à restauração do reino, é legítima e correta, tendo em conta que eles conheciam muito bem as profecias do reino messiânico prometido a Israel, reino para o qual seria restaurado o trono de Davi, e ocupado por um descendente direto dessa linhagem real. Mas o que ignoravam os discípulos do Senhor era que o Senhor Jesus haveria de chegar à glória do reino através da cruz e mediante a prévia edificação da Igreja, pois, como era (e segue sendo) a pauta em geral dos judeus, eles não viam na profecia bíblica senão uma só parousia do Messias. Os israelitas não tem vislumbrado ainda que na primeira vinda o Messias teria que submeter-se ao sofrimento e à morte, logo de sua ressurreição viria a glorificação, e mediante a vinda do Espírito Santo, conformar um corpo elite que estaria reinando com Ele, e por fim regressar em glória e poder a estabelecer o reino, conforme as Escrituras.Mas, irmãos, meditemos nisto. A eles, aos judeus, levaram cativos a Babilônia, e mesmo que um remanescente regressou em tempos dos medos-persas, seguiram sob o domínio estrangeiro; logo vem um terceiro império mundial governado pelos gregos, e seguem sob o domínio estrangeiro. Inclusive o historiador Flavio Josefo narra em um de seus livros, como receberam apoteoticamente a Alexandre O Grande em Jerusalém, mas ele não disse aos judeus: Venho a dar-lhes a liberdade, não; vocês seguirão sob meu jugo.*(2) Então nos tempos da Babilônia os judeus estavam abaixo do domínio estrangeiro; nos tempos dos medos-persas, também; abaixo do governo grego, também; abaixo dos romanos, também, e nada que Deus restaura o reino. Estava Deus fazendo algo para restaurar o reino? Claro que sim, mas a seu devido tempo. Já havia se manifestado o Rei, mas faltava algo. Seus discípulos não entendiam os movimentos de Deus, e por isso lhe perguntam: Senhor, restaurarás o reino a Israel neste tempo? Como quem diz: Vimos-te ressuscitar, vimos teu poder, como ressuscitastes, como transpassas as paredes, como te fazes invisível, como logo restauras tua visibilidade, como comes a vontade, como caminhas ou voas se quiseres; logo tu tens poder para restaurar o reino a Israel neste tempo. Cremos que tu és o Rei. O restaurarás? Já te vais. O que é que está impedindo? Eles não entendiam nada, irmãos, devido a que eles viam tudo isso através de uma lente muito humana, como pensando: Bom, o Senhor pode agora chamar para acertar contas a todos aqueles que o crucificaram; pode chamá-los ao jugo e subjugar a Pilatos e a todo o império romano, incluindo o césar romano. Aqui estamos nós para governar contigo. O que impede agora?
*(2) Flavio Josefo. Antigüidades dos Judeus. Tomo II. Cap. VIII, 5, p. 256.
Mas eles não sabiam que o reino de Deus é diferente. Ao reino de Deus tem que se ver e compreender profundamente; e a carne não pode ver nem muito menos entrar nesse reino. A mente carnal não pode compreender o reino de Deus.*(3) Quando o espírito de Adão morreu sem haver comido da árvore da vida, senão que em troca havia comido da árvore do conhecimento do bem e do mal, o espírito se apagou e, em contrapartida, começou a erguer-se e a crescer a alma; e quando a alma se engrandece, seu centro neurálgico é o ego, o eu. Esse constitui o centro da alma. Tu que opinas? Eu não quero Isso; eu prefiro este outro. Eu sou o que mando. Eu sou Hitler, e vou dominar o mundo. Essa é a alma humana. Por isso diz o Senhor: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Mt. 16:24). Decide-se não fazê-lo, não pode seguir a Cristo; não o entende. O eu e Cristo não podem caminhar juntos a menos que haja uma renovação da alma. Diz Paulo que as coisas de Deus a carne não pode entender; ou seja, o homem natural ou o crente carnal;*(4) e a alma é a parte da carne quando não tem sido renovada. Falando do reino de Deus, disse o Senhor a Nicodemos que ninguém pode ver o reino, nem muito menos entrar nele a menos que nasça de novo para esse reino; deve experimentar um novo nascimento, de cima, para que possa a vida de Deus entrar em seu espírito e dar a vida incriada; e assim poderá ver coisas que nunca antes havia podido ver.*(5)
*(3) Cfr. 1 Coríntios 2:14
*(4) Cfr. 1 Coríntios 3:1-4
*(5) Cfr. João 3:1-7

Nós, pela misericórdia do Senhor, temos chegado a ter a vida de Deus, então podemos ver o reino de Deus; devemos, pois, ver o momento crucial que estamos vivendo, e não seguir navegando no barco de nossa alma. Embarquemo-nos com o Senhor; entremos no reino de Deus. Eles quiseram ver estabelecido o reino de Deus nesse tempo. Mas nesse momento quem poderia compreender? Quem conhecia a Cristo? Quem? Nem sequer eles mesmos o conheciam bem. Para eles conhecer a Cristo tiveram que receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes; e quando eles receberam o Espírito no dia de Pentecostes, neles houve uma verdadeira revolução, e se lhes tirou dos olhos um grosso véu, e puderam ver a realidade de quem realmente eram eles, de quem era Deus e Seu Cristo, de quais são os propósitos de Deus.As vezes nós nem sequer nos assomamos a meditar nessa realidade e pensar no poder que temos. Diz Mateus 12:28: "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós". Isso só pode realizar uma pessoa que tenha o Espírito de Deus, e esteja dentro dos parâmetros do reino de Deus. Porque o outro reino, o das trevas, já está julgado e vencido; seus dias estão contados. O decreto já foi expedido contra Satanás e as hostes espirituais de impiedade. "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (Jo. 12:31). Diz o irmão Pember: "Esta sentença ainda não tem sido aplicada; mas acontecerá, aparentemente, quando Satanás for amarrado e lançado por mil anos ao abismo (aquela profundidade ardente no centro da terra), que, segundo a Escritura, é o cárcere dos que morrem perdidos. Assim, ele sofre a primeira morte durante o Milênio e, depois, a segunda, ao ser lançado no lago de fogo e enxofre (veja Is. 24:21,22; Ap. 20:1,2; 20:14)".6 Vemos que a sentença foi pronunciada, mas Satanás não tem sido destituído de seu cargo governamental nem despojado de seu título de príncipe deste mundo, até que seja acorrentado e lançado ao abismo; entretanto os vencedores na Igreja estão no reino de Deus, e representam o poder e a autoridade de Deus, sobre todas as trevas.
*(6) George Hawkins Pember. "As eras mais primitivas da terra". Cap. 2, pág. 59
Voltamos a Atos 1:6. Aí há algo que o Senhor nos quer dizer. "Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?" Ali não se reuniram quaisquer pessoas; se reuniram o Senhor e Seus discípulos mais íntimos. Perguntaram-lhe: "será este o tempo em que restaures o reino a Israel?" Como se dissessem, seguiremos nós sob o jugo romano? Isso era o que eles pensavam. Não temos por que especular, mas às vezes fico pensando coisas e me coloco na cena dos quadros bíblicos. Depois de três anos e meio de estarem escutando do Senhor tantas parábolas onde lhes dizia que era necessário que Ele se fosse e enviasse Seu Espírito e mais tarde voltasse para estabelecer Seu Reino, etc., e agora saem com essa pergunta. Bom, mas o Senhor, com paciência e muito amor, responde aparentemente com uma evasiva, dizendo: "Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade". Não compete a vós saber os cronos ou os kairós, os tempos ou as épocas que o Pai pôs em sua exclusiva autoridade. O Pai tem tudo bem planejado; mas para que ocorra tudo o que vocês me estão perguntando, para que se estabeleça o reino, é necessário que o dia que regresse Cristo, todos o vejam e saibam todos quem é o que vem, e, por ele mesmo, muitos correrão a esconder-se debaixo das pedras e nas covas dos montes. E saberão perfeitamente quem vem. Naquele dia da pergunta, ninguém sabia quem era Jesus de Nazaré, só uns pouquinhos. Para isso era necessário que primeiramente ocorresse a extensão desse conhecimento entre os homens, e por isso lhes seguiu dizendo: " 8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra".A restauração do Reino e exaltação do Rei messiânico só tem desenvolvimento e final cumprimento segundo o plano eterno e a sabedoria de Deus. Ali o Senhor fala de tempos e épocas (cronos e kairós). Deus sabe exatamente quando deve ocorrer tudo; Ele e só Ele sabe o tempo. Cada coisa deve estar pronta, disposta, tanto na história secular como na Igreja, e ainda nos âmbitos espirituais da maldade. Deus vai se revelando e dispensando-se ao homem no curso da história, a fim de que o homem objeto de sua revelação e de sua luz, esteja atento às manifestações celestiais, e Deus tem um tempo apropriado para o cumprimento de Seus propósitos. A colheita não se pode recolher senão até que esteja madura, e Ele sabe quando estará madura. O reino não pode se manifestar antes que os acontecimentos, a Igreja, a sociedade, o aspecto político e econômico do mundo, a globalização, a apostasia, o estado moral humano estejam em seu ponto. Antes da segunda vinda de Cristo, Ele tem que haver terminado de formar um povo que há de reinar. Para isso é necessário que o Senhor qualificasse os Seus discípulos, começando pelos doze, com a vinda do Espírito Santo, e lhes foram abertos seus olhos, e receberam poder para testificar, por todas as nações e através do tempo, que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o Senhor que ressuscitou da tumba, e que há de vir a reinar. Quando eles formularam a pergunta sobre a restauração do reino, nesse momento o Senhor quis dizer com sua resposta: Agora, todavia não é o tempo; há tantas coisas que vocês devem saber; nada tem amadurecido, nem vocês mesmos; vocês mesmos devem abrir seus olhos, pois devem seguir semeando, " 8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra".A Bíblia diz que chegou esse poder a eles com a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, e houve um tempo quando Pedro ia caminhando, e traziam os enfermos, mas havia tanto o que fazer, e seguramente não havia tempo para atender um por um, então somente com a sombra de Pedro, os enfermos eram curados pelo poder de Deus (cfr. Atos 5:12-16). Quando veio o Espírito Santo, Seus discípulos começaram a dar testemunho verdadeiro do que realmente é Jesus Cristo. Enquanto regresso, vós dareis testemunho realmente do que é o reino; dareis testemunho realmente de qual é o poder de Deus. Dareis testemunho primeiramente em Jerusalém (a localidade onde estavam residindo), dareis testemunho na Judéia (a província onde viviam), em Samaria (a província vizinha) e até os confins da terra, chegando a mensagem a todos os continentes da terra, e chegou até a Colômbia, a Bogotá, e a Sogamoso, a Cúcuta, a Santa Marta e a Barranquilla. Chegou a nós este testemunho do Senhor Jesus; e agora o Senhor tem estabelecido em nós Seu reino. Agora em nós há uma realidade do reino; logicamente que quando Ele vier vai haver uma manifestação, mas hoje nós já vivemos no reino. Se nós queremos participar das bodas do Cordeiro e do reino milenar, devemos reinar desde agora com Cristo; que Ele reine sobre nós, e assim nós estamos reinando, sendo vencedores. E todos os entes das trevas tremam ante o nome glorioso do Senhor Jesus Cristo." 9 Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.10 E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles11 e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir ". Ao ser glorificado, o Senhor Jesus começou a reinar, sentado à destra de Deus, até que todos seus inimigos sejam postos por estrado de Seus pés (cfr. Mt. 19:28; He. 1:3; 10:12; Ap. 3:21). A seu devido tempo regressará a esta terra cheio de glória, poder e majestade. Que o Senhor Jesus abra nossos olhos para que possamos vê-lo e vivê-lo, e levá-lo profundamente conosco a uma realidade.

- Sacerdócio Real

Nós estamos localizados na Palavra nesse contexto. Nós estamos sendo treinados para governar como reis e ministrar como sacerdotes. Por exemplo, o apóstolo Pedro em sua primeira carta nos declara: "4 Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,5 também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.6 Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado.7 Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular8 e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe. 2:4-9). Ali eles, os desobedientes; mas vós sois linhagem escolhida. Para Deus somos uma raça especial; já não somos nem judeus nem gentios. Originalmente, Deus queria fazer de Israel uma nação sacerdotal, mas eles caíram na idolatria e não se qualificaram. Nós agora somos reis e sacerdotes, porque estamos em Cristo, que é Rei de reis e Sumo Sacerdote. Note que Pedro não diz “sereis” e sim “sois”, no presente. Somos linhagem escolhida, real sacerdócio. Para que temos sido chamados? Para anunciar as virtudes Daquele que nos chamou das trevas à Sua luz admirável; para anunciar as virtudes do Rei. Para isso temos sido chamados por Deus, para anunciar essas virtudes do Senhor e, claro, mostrá-las em nós mediante um testemunho santo.Em Apocalipse também aparece esta declaração. "E nos fez reis e sacerdotes para Deus, seu Pai; a ele seja a glória e império pelos séculos dos séculos. Amém" (Ap. 1:6). Nos fez. é um fato. "9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Ap. 5:9-10). Fomos tirados de toda linhagem e língua e etnia; aí estão as dez virgens. Isso somos, e o seremos para toda a eternidade com o Senhor. Em todo reino há um rei, e há um território que compreende os limites do reino, e há súditos, mas também há leis, há princípios morais e jurídicos, e há disciplinas. Os princípios do reino de Deus são totalmente opostos e diferentes aos princípios dos reinos do mundo. Eu creio que as leis e constituições dos reinos do mundo que mais podem se assemelhar aos princípios do reino de Deus são aquelas que se baseiam em alguma medida na Palavra de Deus.

- O Reino é a quinta-essência do evangelho

(Quinta Essência = O mais alto grau; o requinte, a plenitude, o auge:) dicionário Aurélio
Nós fazemos hoje parte desse Rei, pois Ele nos tem feito reis e sacerdotes; o Senhor nos tem elevado a essa posição gloriosa; e a Palavra de Deus nos diz que devemos pregar o evangelho do reino. Por exemplo, em Mateus 10 encontramos uma habilitação e comissão dos doze discípulos mais íntimos do Senhor. Ali vemos que eles foram comissionados e enviados, não sem antes serem dotados de autoridade sobre os espíritos, para que os expelissem, para sanar toda enfermidade e toda doença, como selos divinos que garantiam a autenticidade da mensagem. O reino dos céus é a quinta-essência do evangelho, mas eles não iam pregar, dizendo: Já chegou o reino de Deus, pois Cristo não estava reinando todavia, mas o Senhor decide enviá-los essa vez com essa bendita mensagem precursora, como os primeiros raios da alva anunciando a aparição do sol. Bom, vós ireis sair agora "e indo, pregai, dizendo: O reino dos céus está próximo". Segundo o contexto vemos que aqueles homens levavam a mensagem de salvação e liberação, mas a presença do bendito Salvador e seu poder manifestado, também assegurava a presença física do Rei, de maneira que era iminente a irrupção em meio deles das graças espirituais próprias do reino dos céus.Nós temos construído pequenos reinos em torno de nós. Há coisas que para nós revestem tanta importância, que chegam a monopolizar toda a nossa atenção. Subjetivamente podem estar localizadas em qualquer canto de nosso coração, pois objetivamente pode compreender algum aspecto de nosso trabalho, de nossa ocupação cotidiana, de nossa economia, de nossos amores e sentimentos, de maneira que se agiganta tanto que se converte em nosso pequeno reino; e chega o caso em que não admitimos que nada nem ninguém nos confronte frente a aquilo. Não poucas vezes estamos desejando que se realize o planejado por nós. Mais há algo que ocorre, e é que não temos em conta que fazemos parte do corpo de Cristo, de Sua Igreja; que o Reino é de Cristo, que devo me interessar por trabalhar pelo Reino; e o caso é que em tudo isto está em jogo minha própria participação na manifestação futura do Reino. Para que, quando Cristo vier, eu possa participar nas bodas do Cordeiro e na manifestação gloriosa do reino. É necessário que estejamos participando agora na realidade desse reino na Igreja e trabalhando por ele, obedecendo seus princípios e vivendo-o ativamente nestes dias. Lembramos da parábola das dez virgens.Se não fazemos assim, que diferença poderia ter com os gentios? "32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt. 6:32-33). Quais são as preocupações centrais dos gentios? Em o que comer, o que beber, onde viver, o que manejar, como enriquecer-se, onde se alegrar; isso é o que busca o mundo; e matam e roubam e enganam e se enchem de inimizades e fazem guerra a fim de dar feliz cumprimento a todas essas coisas. O mundo é uma só rebatinha. A vaidade satisfaz o coração das pessoas sem Deus; esse é seu interesse principal. Mas não façais vós assim, pois vosso Pai celestial sabe que tens necessidade de comer, de beber e de vestir-vos. Nós já estamos no reino; o reino de Deus tem vindo a nós. Nós não vivemos abaixo da autoridade do príncipe deste mundo, para seguir essa corrente de trevas, senão que o nosso Reino tem um Rei Santo, um Rei de amor, mas também de disciplina. Se nosso interesse primordial é buscar o reino de Deus e sua justiça, então o Senhor cumprirá Sua palavra de prover-nos o necessário, de abrir-nos portas de trabalho ou os meios adequados para que tenhamos a tempo nossa comida, nossa bebida, nossos vestidos, nossa moradia, e às vezes até para nosso recreio, porque disso também temos necessidade. Ele sabe que necessitamos de algum descanso temporário, nossas pequenas férias; tudo isso sabe o Senhor. "E todas estas coisas vos serão acrescentadas". Deus se compromete a isso em Sua Palavra. Se tu trabalhas para o Senhor, Ele comprometidamente te suprirá para suas necessidades.

- Instauração do reino de Deus

"26 Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim.27 O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão".
Se sabe que Cristo virá pronto, e vai estabelecer Seu reino, e os vencedores da Igreja reinarão com Ele. Mas enquanto isso, todas as nações estão sofrendo a tirania de Satanás. Inclusive o moderno Israel está sofrendo essa escravidão. Quando voltará Israel a estar sob o reino de Deus como antigamente? Até que seja tirado todo poder dos gentios e até mesmo de Satanás (cfr. Ro. 11:25). Diz a Palavra de Deus que a criação inteira está aguardando ardentemente, gemendo com dores de parto, a manifestação dos filhos de Deus e que a criação mesma será libertada da escravidão a que tem sujeitado Satanás e suas hostes malignas que a tem dominado (cfr. Romanos 8:19-22). Há um mandato decisivo do Senhor de que nos encarreguemos de difundir e pregar o evangelho do reino, mas devemos lutar fortemente contra uma poderosa oposição comandada pelo diabo. As hostes do reino das trevas estão organizadas hierarquicamente nos ares. Cada nação ou província da terra tem seu príncipe satânico, ajudado por incontáveis potestades, dominadores, governadores das trevas e exércitos de anjos caídos (cfr. Ef. 6:12). Eles são os verdadeiros inimigos, e a Igreja é a única que não está sob o governo de Satanás e seu reino tenebroso. A Palavra diz que Deus "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor " (Col. 1:13). Também diz a Palavra que o Senhor disse ao apóstolo Paulo que lhe enviava aos gentios "para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (Atos 26:18).
A Palavra de Deus revela que Cristo já está reinando agora; está sentado no trono do Pai; e nós em cada localidade estamos representando o reino de Deus. Para que o reino de Deus seja bem representado em cada localidade, se deve estar guardando a unidade do corpo de Cristo. As divisões na igreja dão a imagem de um reino dividido. Quando Josué chega à terra prometida, ele avança com o exército a seu comando, um só exército, para tomar para Deus a terra prometida localidade por localidade. Mas que na verdade agia com eles, e lhes dava a vitória, era Deus; e vejam como lhes entrega a primeira cidade, a Jericó. Recordam o quadro? Somente tiveram que obedecer a ordem de Deus, como disse o chefe do estado maior do exército. Daremos seis voltas na cidade em seis dias, e no sétimo dia proclamaremos a vitória de Deus, dando nesse dia sete voltas. Disse Josué: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.*(1) e aquelas fortes muralhas caíram derribadas como se fosse de papelão. Era a vitória de Jesus Cristo. Mas em Jericó não se detiveram; seguiram tomando as outras cidades, e Deus pelejava por eles e com eles, e iam tomando localidade por localidade, para instaurar um começo e modelo do reino de Deus sobre a terra. Nós temos essa missão: ir tomando localidade por localidade, e ir estabelecendo o reino em cada uma delas.
*(1) Cfr. Josué 6:15-21
Quem deseja realmente que venha e se manifeste o reino de Deus? As pessoas recitam a oração do Pai Nosso, e dizem: " 9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;10 venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mt. 6:9-10). Mas se eu digo ao Senhor: "Venha teu reino"; necessariamente que deve vir em primeiro lugar a mim. Que o Rei (Cristo) reine em mim. Tenha seu trono em meu coração, ponto central de minha vida. E reinando em mim e reinando em ti, E reinando em cada um dos irmãos, como conseqüência o Senhor reina na Igreja, e assim então se está vivendo o reino. E o mundo poderá ver que Deus reina em nós; isso é inocultável. Unos mais, outros menos, mas o que não se submete, pois então há disciplinas, há provas, se estabelecem instancias, o Senhor trata conosco. Que diz a Palavra de Deus ao respeito? Quais são os princípios do reino? Estuda-se com atenção, muitas vezes, o famoso sermão do monte. Aí estão resumidos os princípios do reino, como devemos viver; como nos comportar como filhos de Deus. Diz o Senhor ali que nossa vida deve ainda ser mais rígida que a dos próprios religiosos. "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus" (Mt. 5:20). Isso declara enfaticamente o Senhor. "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt. 5:3).
Então, quando ainda estava em vigência o governo da quarta besta, já tem uma primeira manifestação a pedra não cortada com mãos. Já se manifesta no cenário da terra santa. Em Mateus 3 diz a Escritura por boca de João o Batista; ele estava pregando pelo deserto, mas abre sua boca para declarar algo de suma importância: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.3 Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas". Nesse momento todavia não se manifesta; apenas se está aproximando; de maneira que já é tempo de que se arrependam. Já está por perto o que o há de manifestar, o que o há de reger. Logo no seguinte capítulo, no 4, diz o Senhor em pessoa: " Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus". Todavia o reino nesse momento não havia chegado; apenas estava próximo. Para sua manifestação tem o Senhor que permanecer um tempo aqui desenvolvendo Seu ministério terreno, e logo ser levado à cruz, onde morre por nossa salvação, e logo ser sepultado, e logo ressuscitar, e logo ascender aos céus e ser glorificado, e logo enviar Seu Santo Espírito, a fim de que Seu Espírito nos traga a vida de Deus e penetre e faça morada em nosso espírito e se faça um só com nosso espírito, e comecemos realmente a fazer parte do novo homem, do verdadeiro homem que há de reinar nesta terra, não para o reino das trevas senão para Deus, Jesus e Sua Igreja, trazendo com Ele o reino dos céus, e a representar o reino de Deus nesta terra.

Cap 8- O Reino Messiânico na Perspectiva Profética- (2ª Parte)

Um chifre enigmático

"19 Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas unhas eram de bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobejava;20 e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros".Aí é revelado a aparição do Anticristo, que surge destas últimas nações que corresponde com os dez chifres da quarta besta e com os dez dedos da estatua do sonho de Nabucodonosor."21 Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles,22 até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino".Vemos na Palavra a revelação de que Deus nos tem feito reis e sacerdotes; mas para reinar com Cristo temos que ser vencedor."23 Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.24 Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.25 Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo".Isso concorda com os três anos e meio revelados em Apocalipse (cfr. Apocalipse 13:5; 11:2).

- A Pedra lançada por Deus

" 44 Mas, nos dias destes reis (quando estiverem governando o mundo estes reis; isto não aconteceu ainda na história) o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,45 como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação".Eu creio que os romanos jamais pensaram que o império romano chegaria a ser destruído, que sucumbiria; isso jamais. Mas o Rei que porá Deus, nunca será destronado. Ele virá a dar fim na história dos grandes poderes mundiais humanos. Jesus Cristo esmiuçará e consumará todos estes reinos e todas as nações da terra terão que submeter-se a sua autoridade e a seu reino.Ao passarmos para o capítulo 7 de Daniel, vemos o aspecto sob o qual este profeta viu o curso dos impérios na história da humanidade. Já temos visto que os reinos do mundo são apoteóticos, tem uma aparente e efêmera glória, e a humanidade sonha com viver essas grandezas. Mas a glória dos grandes impérios e as realezas mundanas é sumamente aparente, passageira e frágil. Deus é quem vê a realidade das coisas, e Ele é quem tem em suas mãos a continuação e o desenvolvimento dos assuntos segundo como Ele o traçou, por mais que se creia ao contrário. Todo o plano da economia de Deus ha de realizar-se fielmente. Nada tem sido deixado ao azar. O governo do Anticristo que virá na terra poderá aparecer com muita glória e poder, mas será de pouca duração. Diz em Apocalipse que as pessoas o adorarão, o admirarão e irá atrás dele, e dirão: Quem é como a besta? Quem poderá lutar contra ela? Vejam que glória! Quando se havia visto algo semelhante em toda a história?*(3) Segundo a visão do apóstolo João, se maravilhará toda a terra seguindo a besta.
*(3) Cfr. Apocalipse 13:3-4.


Os impérios bestiais Por isso Deus tem revelado como vê Ele os reinos do mundo; ao profeta Daniel e ao apóstolo João, em primeiro lugar. Daniel recebeu uma revelação desses quatro impérios mundiais, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, nas figuras de quatro bestas, porque não tem sido outra coisa. Cada besta revela exatamente as características e qualidades do respectivo reino. A primeira besta, um leão com asas de águia, simbolizava a grandeza do império babilônico; a segunda besta, um urso com um lado mais alto que o outro, e em sua boca três costelas entre seus dentes, simbolizava a aliança devoradora e sangrenta dos medos e os persas; a terceira besta, semelhante a um leopardo com quatro cabeças e quatro asas de aves em suas costas, simbolizava o veloz domínio do mundo por parte dos gregos; e a quarta besta, espantosa e terrível, que era como uma mescla das três anteriores juntas, mas com dez chifres, simbolizava o terrível império romano. Todos esses governos têm sido bestiais e satânicos, pois Satanás, o príncipe do mundo e da potestade do ar, é o supremo ventríloquo que os manipula dos ares com sua poderosa organização espiritual das trevas.*(4) Mas há uma explicação do sonho. Leiamos ao profeta Daniel no capítulo 7: "15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi alarmado dentro de mim, e as visões da minha cabeça me perturbaram.16 Cheguei-me a um dos que estavam perto e lhe pedi a verdade acerca de tudo isto. Assim, ele me disse e me fez saber a interpretação das coisas:17 Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra".
*(4) Cfr. Daniel 10:12-13.
Temos que analisar por que a Palavra de Deus focaliza nestes quatro grandes impérios. O Senhor revela o que não é conhecido; por isso a revelação começa nos tempos do profeta que a recebe. Antes da Babilônia havia dois grandes impérios que alguma relação tiveram com o povo de Deus: Egito e Assíria. No Egito o povo havia se multiplicado, mas haviam estado escravizados; Assíria havia invadido o reino do norte e os havia levado em cativeiro. Agora os quatro grandes impérios a partir da Babilônia, todos submeteram à terra santa. Quando o Senhor nasceu em Belém, a terra santa estava submetida pela quarta besta, por Roma; e foi Roma quem ditou a sentença e o levou à cruz. Todos estes impérios têm sido bestiais e satânicos; mas, qual será o fim deles quando Satanás for encerrado no abismo? Diz Apocalipse 20:1-3: "1 Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente.2 Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos;3 lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo". Quando o Senhor regressar à terra e Satanás for lançado ao abismo, imediatamente toda a estrutura de seu poder cairá ao chão, como viu Daniel que se desmoronou toda a imagem vista por Nabucodonosor. Ainda que todos esses impérios mundiais tenham caído na história, todavia persiste a estrutura de toda a imagem. O poder mundial que levará ao poder ao anticristo aparecerá com algo do brilho do ouro babilônico, terá muito do poder destruidor dos medos-persas, algo da habilidade, destreza e ligeireza dos gregos, e possuirá, sobre tudo, o espírito sanguinário e frieza do império romano. Mas tudo isso será consumido com a chegada gloriosa do Senhor Jesus Cristo."18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade".Quem são os santos do Altíssimo? A Igreja; sobre todo os vencedores. E o caso é que a Igreja está pondo pouca seriedade neste assunto do reino. E segundo a Palavra de Deus, o reino é prioritário. "33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt. 6:33). Nós temos uma grande responsabilidade frente ao reino de Deus. É uma ordem do Senhor que nos preocupemos pelo reino muito acima de todos os nossos interesses e necessidades particulares.

- Império Romano ressurgido

O quarto império, o romano, não existe já na história. Roma, sua capital ocidental, sucumbiu no ano 476, em mãos de Odoacro, um chefe dos mercenários germânicos da Itália, que depôs ao imperador Rômulo Augustus e enviou a Constantinopla as insígnias imperiais. Constantinopla, sua capital da ala oriental, foi conquistada pelos turcos em 1453, instaurando um regime islâmico. Entretanto o império romano tem continuado latente nestes séculos em toda a civilização ocidental; mas ao final dos tempos ocorrerá um ressurgimento deste império, não com o poder e a força antiga, senão que termina em dez dedos que não são totalmente de ferro, e sim que têm parte de barro, para que se entenda melhor; e o ferro jamais se mescla com o barro; jamais se compactam; isso ocorre só em aparência; no momento em que recebam um golpe contundente, cai o ferro por um lado e os pedaços de ladrilho pelo outro. De maneira que são uniões aparentes, muito débeis e frágeis.
São dez dedos. O número dez representa a totalidade das nações surgidas das antigas províncias do Império Romano, incluindo as nações que foram colônias de ultramar dessas metrópoles. São as nações que no final dos tempos darão o trono ao Anticristo, e que em determinado momento estarão aparentemente unidas. Por exemplo, os países que conformam a União Européia aparentemente estão unidos por múltiplas instituições políticas e econômicas, seu parlamento, sua constituição, o euro, etc., mas seguem mantendo em si mesmos suas barreiras, ali subjazem nacionalidades e interesses que defendem por cima dos pactos multinacionais. Os ingleses, os franceses, os alemães, os espanhóis sempre defenderão o que são, incluindo sua cultura ancestral, ainda que agora vivam uma união e aliança continental.

- Grandes revelações no livro de Daniel

O caso, pois, é que a partir do cativeiro de Babilônia, Israel não voltou a ser livre até sua destruição total pelos exércitos do Império Romano, no ano 70 do primeiro século. Sucessivamente na história, Israel esteve sob o jugo das grandes potencias que tem dominado o mundo. Deus se revelou com luxo de detalhes a um profeta exilado na Babilônia, um homem temeroso de Deus que havia sido levado com os primeiros cativos. A revelação está contida nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel. Mesmo quando eles regressassem à sua terra, não seriam de todo livres, pois Deus não tinha a intenção de por no trono a homem comum algum, senão a seu próprio Filho. Vejamos, pois, como Deus revela a este profeta o curso total da história até estabelecer Deus plenamente Seu reino nesta terra, conforme Seu propósito original antes da criação de Adão. Deus lhe deu toda a autoridade, autonomia e poder a Adão, mas como Adão falhou, Ele se propôs estabelecer a alguém que não falhe jamais. O rei que virá já tem toda a potestade da parte de Deus.*(2)
*(2) Cfr. Mateus 28:18

Nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel há uma revelação sob os enfoques. Um (capítulo 2) é feito em parte a um rei pagão; digo em parte, porque Nabucodonosor não teve conhecimento de fato até que o profeta de Deus o revelou. Tenhamos em conta que o rei havia esquecido o sonho, e o profeta o desconhecia; só o soube depois que Deus o revelou. De maneira que a verdadeira revelação daquele sonho, Deus fez ao profeta. E há uma segunda parte, um segundo ponto de vista revelado diretamente ao profeta, que se encontra no capítulo 7. No capítulo 2 a revelação começa de acordo com o ponto de vista do homem. O homem só vê a majestade que em torno de si mesmo se cria, a glória que a si mesmo se dá ou lhe outorgam os demais; glória efêmera envolta em vanglória. Mas Deus vê a realidade intrínseca das coisas; Deus vê o bestial que é a glória e o governo do homem. No capítulo 2 vemos uma imagem apoteótica; no capítulo 7 Deus revela esses mesmos impérios mundiais, mas representados em uma sucessão de bestas, como o que realmente tem sido.
O rei Nabucodonosor recebe a revelação em um sonho, mas o sonho se esquece. Isso Deus permite a fim de que nenhum mago especule e faça crer o rei em uma interpretação mentirosa e acomodada. Este rei era um indivíduo mui centrado em si mesmo e em sua glória terrena; ele pensava na grandeza da Babilônia, nesses palácios e jardins maravilhosos, em seu poderoso exército, em suas futuras conquistas e domínios, etc. Ele estava preocupado pelo que seria de tudo isso, quantos anos estaria governando, quem veria depois dele, e como aconteceriam todas essas coisas. Ele ostentava a coroa de um império mui brilhante. Imagino que vivia pensando naquilo dia e noite. É possível que o profeta Daniel também se inquietasse com o futuro de seu povo. Então Deus deu um sonho ao rei revelando-lhe o futuro, mas também ao profeta. Depois de haver sido chamados e consultados todos os caldeus, astrólogos, magos e videntes que rodeiam um poderoso governante oriental, e ante a impossibilidade destes de adivinhar e interpretar o sonho do rei; iam ser levados à morte. Daniel solicitou que não matassem a estes senhores e que lhe dessem um tempo a ele para mostrar a interpretação ao rei. Depois de haver orado e recebido a revelação da parte de Deus, Daniel se apresentou diante do rei, glorificando a Deus. Diz a Palavra de Deus no livro do profeta Daniel, capítulo 2:
" 27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei;28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas:29 Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser.30 E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente".
Os reinos terrenos e o curso da história
A continuação o profeta Daniel continua com a interpretação do sonho de Nabucodonosor, dizendo-lhe:
" 31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua (porque Nabucodonosor havia se esquecido do sonho). esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.32 A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze;33 as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro.34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou ".
Deus mostra a Nabucodonosor quatro grandes impérios que dominariam ao mundo civilizado até o fim da história, e se estabeleceria definitivamente o reino de Deus sobre a terra, cujo glorioso Rei está representando aqui por uma pedra que cairia do céu, a qual destruiria todo o reinado de Satanás sobre a terra. A pedra foi cortada não com mão. As coisas de Deus não se realizam por iniciativa humana, por projetos idealizados pelos homens, e menos o relacionado com o estabelecimento de Seu Reino, por muito magníficos que nos pareçam. Deus tem um plano eterno, incomovível e verdadeiro; plano que aparece na Palavra e que nos revela por Seu Espírito. A Palavra de Deus não admite reformas humanas. Todo o escrito terá seu cumprimento. Tudo está registrado no livro sagrado.
" 35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios (aqui vemos que Deus esmiúça toda a glória e os propósitos dos homens). Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra ".
Essa é a pedra angular de que fala Pedro. Deus é quem põe os reis e os tira, e dá aos homens autoridade para que reinem. O presidente Álvaro Uribe Vélez acaba de ganhar as eleições para seu segundo período devido a que Deus lhe deu essa autoridade. É Deus quem lhe concede prolongar seu mandato. Segue dizendo Daniel ao rei:
" 36 Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei.37 Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;38 a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro".
Babilônia. Israel se aparta de Deus em face à idolatria; Deus já não era levado em conta ali, e Deus decide transferir o domínio da terra às mãos dos gentios, e por causa do cativeiro, essa transferência recaiu na pessoa de Nabucodonosor. Babilônia então veio a ser essa cabeça de ouro. A Palavra de Deus revela que Babilônia foi o império mais brilhante e glorioso que tenha existido em toda a história da civilização. Não o mais poderoso, pois à medida que foram sucedendo-se esses impérios mundiais, se iam degradando e perdendo seu brilho de glória, mas paradoxicamente nessa mesma proporção iam ganhando em força e poder. Na grande estátua do sonho, depois da cabeça de ouro (Babilônia) seguia o peito e os braços de prata, logo seu ventre e suas coxas de bronze, suas pernas de ferro, e por último, seus pés de ferro e de barro cozido. Os materiais dessa estátua iam se degradando à medida que descia à terra. É algo que parece contraditório, mas é a realidade. Os homens, na medida em que adquirem mais força e poder, mais se degradam moralmente, e seu coração se desliza mais em face à corrupção e a crueldade.
" 39 Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra ".

Media e Pérsia. Que poder mundial surgiu depois de Babilônia? Uma colisão dos medos e os persas (os dois braços da estátua unidos pelo peito) tomaram o poder mundial e derrotaram a Babilônia. Eram menos brilhantes, contudo mais poderosos em força. A prata tem menos valor e preciosidade que o ouro, mas é mais forte.

Grécia. Depois se levantou um terceiro grande império, Grécia, em mãos de um jovem macedônio chamado Alexandre, mais conhecido na história como Alexandre O Grande, filho de Filipos, rei da Macedônia, quem no curto lapso de dez anos chegou a conquistar e dominar o mundo; e depois de sua morte seu grande império foi dividido e prolongado por seus quatro grandes generais do estado maior, estendendo e implantando pelo mundo a cultura helenística, usada por Deus inclusive para a expansão do evangelho.

Império Romano
" 40 O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará".
A Babilônia chegou ao fim; o mesmo sucedeu aos medo-pérsas; aos gregos também chegaram ao fim de seu poderio por meio da incursão de um quarto reino muito poderoso, porém extremadamente sanguinário, chamado Roma. Recordem irmãos, que o império romano está representado pelas duas pernas de ferro da estatua. Roma foi um império com duas capitais: Roma propriamente dita, na parte ocidental, e Constantinopla na parte oriental. E houve um prolongado tempo em que foram suas capitais simultaneamente. Esta circunstancia serviu para sua posterior degradação. Tem sido o império mais cruel e sanguinário da história.
" 41 Quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.42 Como os artelhos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil.43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro".

- Os dois cativeiros

Se houve um tempo em que havia uma nação que representava o reino de Deus, e quando essa nação falhou com Deus, já não se podia dizer que aí reinava Deus, pois mui poucos obedeciam a Deus; só um pequeno remanescente se recordava de Deus. E ficaram sabendo até no estrangeiro sobre esta triste realidade, ante a qual Deus determinou levantar outras nações poderosas, cruéis e apressadas para castigar aos mal-feitores de Israel e de Judá. A primeira grande falha foi dividir o reino e começar a ser regidos por egoístas princípios humanos afastados da vontade de Deus. Claro, sobreveio a idolatria. A idolatria minava os alicerces da teocracia, mesmo quando esta seja representativa; e muito mais em um reino dividido.Em conseqüência houve dois cativeiros: Primeiro, o cativeiro de Israel (as dez tribos do norte) pela Assíria em 722 a. C., a causa do castigo recebido por sua iniqüidade. Essas tribos jamais regressaram; é provável que alguns indivíduos de Israel tenham regressado com o remanescente de judeus (das tribos meridionais) depois do cativeiro babilônico. Em verdade, descendentes das tribos nortenhas tem regressado à Palestina, mas no presente retorno dos hebreus a sua antiga pátria a partir de finais do século XIX, e sobre tudo com os eventos do Holocausto na Alemanha por parte dos nazistas na segunda guerra mundial, e a criação do moderno Estado de Israel em 1948.O segundo cativeiro recaiu sobre o reino do sul, Judá, que foi sitiado, derrotado e levado em cativeiro para a Babilônia em 605 a. C., a mando do rei Nabucodonosor, durante setenta anos, conforme a profecia de Jeremias;*(1) foram sitiados, vencidos e levados por causa de sua idolatria. Quando esse tempo se cumpriu, Deus preparou um pequeno remanescente dos judeus para que regressassem, pois em sua própria terra deviam conformar o verdadeiro povo por meio do qual viria o Salvador dos homens, e verdadeiro rei que ao final dos tempos restabeleceria o trono de Davi, o reino de Deus sobre a terra. O propósito de Deus com o retorno desse remanescente era que eles se pusessem nas mãos de Deus e começassem um processo para o restabelecimento do reino; tratando Deus de restabelecer Seu reino em Israel; mas agora seria completamente distinto. Seria um rei em quem Deus poderia confiar plenamente, e para ele seria necessário que nascesse a semente da mulher, o Filho de Deus encarnado, e morresse e ressuscitasse, e ascendesse à glória, e enviasse a seu Espírito, e se formasse a Igreja, e passasse o tempo necessário para seu glorioso retorno à terra a estabelecer seu reino. De modo, pois, que com o retorno de um remanescente não ia restaurar o reino imediatamente; eles seguiriam sob o domínio dos impérios mundiais que se sucederiam na história.
*(1) Cfr. Jeremias 27:19-20; 29:10

- Israel no Reino

Então esse propósito de Deus de estabelecer seu reino na criação, teve aqui na realidade um obstáculo, mas com isto não se cancelou, pois o Senhor já tinha um plano, e começou a se mover de tal maneira a restaurar as coisas para que seu reino se estabelecesse plenamente em um homem em quem Ele pudesse confiar; não no homem caído. O homem caído ficou desqualificado em sua escravidão. Primeiramente, quando as coisas se deram, houve uma linha étnica, uma raça na história, que se lembrava de Deus, que temia a Deus, pela descendência de Sete, pois a descendência de Caim se esqueceu de Deus; e nos tempos de Noé a humanidade já havia se saturado de maldade, sobre tudo de ocultismo, um pecado que aborrece a Deus sobremaneira, porque se lhe rejeita, e isso acarretou o juízo de Deus por meio de um dilúvio. Mas o homem não quer fazer o bem e se esquece de Deus. A torre de Babel é uma evidência de que o homem não aprendeu a lição do dilúvio, voltando à prática do ocultismo, pois a torre de Babel, o primeiro zigurate da história para a adoração ocultista, também é o primeiro monumento à auto-exaltação.Também da descendência de Noé, com o tempo Deus escolheu a um varão chamado Abraão, filho de Tera da descendência de Sem, para ir conformando as coisas, para ir estabelecendo os princípios a fim de dar começo e desenvolvimento aos planos de Deus encaminhados a estabelecer seu reino sobre a terra; e a partir do capítulo 12 de Gênesis, Ele o chama das terras caldéias para fazer uma nação de sua semente, uma nação diferente por meio da qual revelar sua verdade e sua justiça; e Deus estabelece a Abraão na terra escolhida por Deus, chamada nesse tempo Canaã, e lhe dá descendência. Nasce Isaque, e Isaque gera a Jacó, quem mais tarde daria o nome à nação, Israel, e quem por sua vez gera os doze pais das tribos de Israel, e sua descendência se multiplica, e por circunstâncias que conhecemos se vão à terra do Egito e com o tempo chegam a serem milhões os hebreus, mas escravizados; e depois de quatrocentos e trinta anos, desse povo elege a um varão, a Moisés, para libertá-los, tirá-los e levá-los pelo deserto para prepará-los e se revelar a eles a fim de lhes entregar uma terra onde Ele começaria a estabelecer um modelo, um princípio, um avanço, um arquétipo realmente do reino de Deus sobre a terra. No final o reino abraçará toda a terra, mas Deus começaria por Israel, além de que dessa raça nasceria a semente da mulher, o Rei messiânico.E foi assim como depois de 40 anos de perambular pelo deserto, para suceder a Moisés, elege a um varão da tribo de Efraim chamado Josué, e com ele na liderança do povo entrega-lhes a terra e estabelece uma teocracia. O Senhor já os havia dito em Êxodo 19:6: "vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa". Deus queria que todo o povo fosse um povo sacerdotal, e um reino à vez; ou seja, Ele queria fazer de Israel una teocracia, onde o verdadeiro Rei fosse o próprio Deus. Esta nação foi criada por Deus para Si mesmo, de maneira que os israelitas, como nação, foram os primeiros em serem livrados da potestade do reino das trevas, da jurisdição de Satanás, e ao invés de um príncipe espiritual satânico, como as demais nações (cfr. Daniel 10:13,20), seu príncipe espiritual que os guardava foi o arcanjo Miguel (cfr. Daniel 10:21; 12:1). Mas a eles queriam pedir um rei humano, como as demais nações do mundo, ao invés de seguir sendo uma teocracia pura. Então Deus os concedeu no que se chama a vontade permissiva de Deus. Esse rei, Saul, da tribo de Benjamin, falhou, e então Deus escolheu a um rei conforme ao Seu coração e estabeleceu, de certa maneira, a teocracia, pois mesmo que reinasse Davi, da tribo de Judá, ele fazia a vontade de Deus, representava a autoridade de Deus, representava a realeza do Senhor. De todas as maneiras reinaram Davi, seus filhos e netos, mas faziam a vontade de Deus. Esse era o desejo de Deus para um reino diferente sobre a terra. Uma única nação onde realmente ali reinasse Deus e não Satanás. Mas não foi assim sempre; e diz a Palavra que ao fim eles falharam. E depois da morte de Salomão o reino se dividiu. Dez tribos no norte tiveram seu próprio rei, a Jeroboão iniciando a lista; e as duas tribos restantes, as de Judá e Benjamin continuaram com Roboão, filho de Salomão, o rei da linha de Davi. Lastimosamente ambos os reinos falharam com Deus. Os reis do reino do norte todos falharam e recusaram a Deus; se envolveram desde o princípio na idolatria para evitar que o povo fosse adorar em Jerusalém e ficasse por lá; inclusive chegaram a trocar a Deus por Baal.E os reis de Judá, a maioria se apartou dos princípios de Deus para governar sua nação. Jeroboão se apartou do princípio do reino, para edificar um reino para si mesmo. Um princípio do reino é a unidade, e outro é que tem que adorar onde Deus escolher que se lhe adore, e Jeroboão não permitiu. Claro que Roboão também teve sua cota de culpabilidade na divisão do reino; não representou bem o governo de Deus. Então o Senhor teve que tomar medidas corretivas e permitiu que nações ímpias e poderosas os assediassem, os sitiassem e os levassem cativos às terras estrangeiras. Como eles começaram a falhar com Deus, descuidando os princípios e leis do reino, então tiveram que ser levados, cada reino por separado, cativos a outras nações estrangeiras para que vivessem em sua própria carne a realidade da diferença que é o reino de Deus e os reinos do mundo, governados por Satanás e suas hostes.

Cap 8- O Reino Messiânico na Perspectiva Profética- (1ª Parte)

O homem recebe o senhorio e o perde

Depois que o Senhor terminou toda a obra da criação, diz a Bíblia que Deus criou o homem. Deus necessitava de alguém que representasse Sua autoridade na Sua criação. Depois que Deus criou o homem à Sua imagem, varão e varoa, dotados com suficiente poder e autoridade, lhes disse (Gn. 1:28): “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a(é a palavra chave); dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra". Essas eram as três áreas sobre as quais o homem tinha domínio. Deus deu senhorio ao homem sobre os ares, nas águas e na terra. Deus queria estabelecer seu reino no universo começando por esta terra, mas com a representação do homem, uma criatura inteligente de sua inteira confiança.Mas o homem falha com Deus. Vem o drama do homem e a antiga serpente, e o homem entrega este senhorio a Satanás, o mesmo senhorio que havia recebido de Deus. Satanás incita ao homem a ser independente de Deus; assegura-lhe que se comer do fruto proibido seriam abertos seus olhos e seria como Deus, sabendo o bem e o mal. O homem cai voluntariamente na armadilha, e é despojado desse senhorio. Queda, pois, sendo Satanás o príncipe deste mundo, como disse Paulo em Efésios 2 e em 2 Coríntios 4:4, que diz que o diabo é o deus deste mundo, deste século. Por quê? Porque recebe o senhorio de mãos de quem havia recebido o senhorio de parte de Deus, ou seja, do homem. De maneira que o homem fica sendo escravo de Satanás. O apóstolo Paulo descreve assim: "1 Ele (Cristo) vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais" (Ef. 2:1-3). De maneira que o homem se converteu realmente em escravo do diabo.Mas quando o pecado de Adão é descoberto, há um juízo da parte de Deus, e vem a maldição da serpente, a maldição de Eva e a maldição de Adão e a expulsão do homem do Jardim até o dia que pudesse comer da árvore da vida. Mas em meio de tudo isso se destaca a promessa de um poderoso Salvador e a luta e rivalidade históricas entre as duas sementes até que o dragão fosse julgado e vencido na cruz de Cristo. Deus disse à serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn. 3:15). Satanás, pois, recebe um poder especial para governar este mundo, e ele conta com uma sofisticada e poderosa organização hierarquizada que opera nas trevas, integrada pelos anjos caídos que arrastou o querubim Lúcifer depois de sua rebelião. Satanás desenvolve assim um reino chamado de "potestade das trevas".

- A sétima promessa

"Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono" (Ap. 3:21).Este é o máximo galardão que o Senhor pode outorgar ao um vencedor. O Senhor tem falado à Igreja; então o Senhor está à porta, chamando a quem queira abrir. A grande multidão dos crentes são crianças carnais, entretidos em seus próprios deleites e diversões, nas falsas doutrinas de prosperidade; têm se enchido de riquezas materiais, e orgulho; se gabam dos muitos conhecimentos que vão adquirindo, de suas posições ante o Estado e as esferas sociais; já não necessitam de Deus. Mas o Senhor recorre aos vencedores, ao que lhe escute e lhe obedeça, ao que abre sua intimidades com Ele; ao que esteja disposto a se por de acordo com Ele. O tempo já está pronto para se cumprir; já vai terminar a era da graça, e vem a do reino milenar; se aproxima o juízo da Igreja ante o tribunal de Cristo; então o Senhor, em troca dos "tronos" fabricados pelos homens, oferece a máxima posição de glória, sentar-se com o Senhor em Seu trono. Por que precisamente a esta igreja do morno período de Laodicéia?Ainda que a Igreja esteja ocupada em seus próprios interesses e glórias terrenas, entre os vencedores já existe a expectativa da vinda do Senhor. Eles sabem que esse glorioso dia está às portas; o esperam ansiosos e amam o regresso do Senhor. Os vencedores que receberem este galardão de se sentarem com o Senhor em Seu trono, hão de participar da autoridade do Senhor, em sua qualidade de reis, governando com Ele sobre toda a terra durante o reino milenar de Cristo. Mas antes os vencedores têm comprado de Deus ouro puro refinado pelo fogo.Aqui o que vence o faz sobre a mornidão da igreja degradada, gerada pelo orgulho do conhecimento de muita doutrina, mas sem o Senhor. Aqui o vencedor é o que paga o preço para comprar o ouro refinado nas provas de fogo, as vestiduras brancas de seu andar em Cristo e o colírio da unção e a luz do Espírito Santo. Ao vencedor compete vencer não só a hostilidade do mundo e de seu próprio eu, senão também, e o que é pior, a infidelidade, cegueira, prepotência e desvio da Igreja. A Igreja está cheia de outras glórias alheias à verdadeira glória do Senhor; a Igreja se embriaga dos potentes imãs do progresso material, e tem se esquecido da verdadeira glória do reino, o qual se ganha com a cruz, negando-se a si mesmo. Todo crente que se ocupe hoje em exaltar a si mesmo e a seu ministério, atropelando às ovelhas do Senhor, chegará nesse dia em que sofra a mais dolorosa humilhação. Na Igreja se tem generalizado o conceito de que o Senhor só nos salvou do inferno; já não temos que ir ao inferno, pois não há idéia de qual seja o plano de Deus para a Igreja; e, além disso, nos salvou para que vivamos nesta terra cheios de bens materiais e felicidades temporárias. Mas vem o juízo de Deus, e o juízo começa por Sua própria casa. Irmão, deixa que o Senhor julgue agora teu andar; permite que o Senhor julgue cada pensamento; submete ao juízo do Senhor cada ato teu, cada passo que dê; acostuma-te a viver abaixo do juízo da Palavra de Deus, do Espírito Santo por tua consciência, da voz do Senhor dentro de ti. Julga-te a ti mesmo usando as ferramentas que o Senhor te ha dado. Se isso chega a ser tua realidade cotidiana, o dia que o Senhor julgar a Seu povo, para ti será um dia de glória.Todo vencedor estará reinando no milênio a um mesmo nível que os demais? De acordo com a parábola das minas de Lucas 19:11-26, cada crente exercerá no reino um serviço de acordo com o uso que tenhamos feito aqui dos dons que nos tem outorgado o Espírito Santo, postos ao serviço de Deus. Nem todos teremos a mesma posição no reino dos céus, nem os mesmos privilégios, nem desfrutar ao Senhor no mesmo grau de proximidade. O Senhor é justo e trabalha com justiça. Na terra medimos as classes e as posições de maneira diferente a como se medem no céu.

- As bodas do Cordeiro

Não tem havido muita clareza no relacionado com as bodas do Cordeiro e com a Igreja. Muitos irmãos pensam que toda a Igreja, ou seja, cem porcento dos irmãos participarão como noiva nas bodas. Mas a Escritura não diz isso. Na parábola da festa de bodas diz que "o reino dos céus é semelhante a um rei que fez festa de bodas a seu filho" (Mt. 22:2). Pelo contexto vemos que para participar nesta festa de bodas é necessário cumprir certos requisitos, como ser dignos (v.8) e estar vestido de certo tipo de vestido de boda. Dizem os versos 11-13: "11 Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial12 e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes". O que significa este vestido de boda? O fato de que este homem entrou à festa de bodas é porque é salvo, mas não estava vestido com as vestes dos vencedores, o da justiça subjetiva em seu andar com o Senhor.O compreenderemos melhor com Apocalipse 19:7-9: " 7 Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou,8 pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus". Então vemos que as bodas do Senhor não se farão com toda a Igreja; nem todos são chamados para participar ali, senão só com Seus vencedores, os quais vêm a ser a esposa. Por um lado vemos que na parábola fala de alguém que, mesmo que seja salvo, é lançado fora por não estar com o vestido adequado; e por outro vemos em Apocalipse 19:7-9 que fala do vestido de linho fino, que são os atos de justiça dos santos, e esses atos justos só se vêem nos vencedores.A noiva do Cordeiro deve estar preparada antes desse acontecimento. Como é essa preparação? Deve levar o vestido adequado, que simboliza a vida do Senhor em nós, nossa justiça, nossa conduta, nossas obras em Deus, e além disso, estar cheios de azeite do Espírito Santo, como diz Eclesiastes 9:8: "Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça". Temos o caso das cinco virgens insensatas. Lhes faltou pureza, limpeza de toda mancha, lhes faltou azeite, não haviam pagado o preço, e sendo salvas, pois foram até o tribunal de Cristo, não puderam participar nas bodas do Cordeiro. Não haviam se preparado para as bodas. "E, saindo elas ( As insensatas) para comprar(pagar o preço), chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.11 Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta!12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço" (Mateus 25:10-12). Sem fé não podemos alcançar a salvação eterna; mas sem obras justas não poderemos desfrutar do reino dos céus, incluindo as bodas de Cordeiro. Na Palavra de Deus se fala de una vestidura de bodas, e explica em que consiste; ninguém pode confeccionar esse vestido a não ser com a ajuda de Senhor. O Senhor faz em nós e nós fazemos Nele. Trabalhar sem Ele, é trabalhar em madeira, feno e palha. A vestidura objetiva significa que somos revestidos de Cristo, digamos, por fora, somos mudados de posição; e a vestidura subjetiva significa que somos habitados por Cristo por dentro; que somos conformados a Sua imagem. Ele é forjado em nós, manifestando seus atributos através das virtudes de nossa alma renovada. Irmão, medita na arca do pacto. Foi feita de madeira de acácia (a humanidade), mas revestida de ouro (a divindade) por dentro e por fora. Para que possamos participar nas bodas, é necessário que nosso eu seja aniquilado, e Cristo forjado em nós antes; temos tido que sofrer dores de parto. Mas Cristo se forma em nós com nosso consentimento, usando também de nossa vontade. Paulo disse aos santos, salvos de Galácia: "meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós" (Gálatas 4:19).Quando se levarão a cabo as bodas? Imediatamente depois do juízo da Igreja ante o tribunal de Cristo, seguidas pelas festas, naturalmente, as quais se prolongarão por todo o milênio. "E o Espírito e a Noiva dizem: Vem". Só o Espírito Santo e a Noiva estão preparados para o encontro com o Senhor. Antes vejamos que o Espírito falava às igrejas; agora o Espírito de Deus e os vencedores se tem feito um, e expressam o desejo de que venha prontamente o Senhor.

Cap 7- Os Vencedores e o Tribunal de Cristo- (3ª Parte)

Diferença entre a salvação e o reino


Satanás quebrou a ordem divina instaurada no universo, envolvendo nele mais tarde o homem. Mas o Filho de Deus encarnou para iniciar a restauração de tudo, conforme o propósito inicial de Deus, incluindo a Igreja que Ele mesmo resgatou, até instaurar sobre a terra o reino dos céus, até que sejam postos todos seus inimigos por estrado de Seus pés.O Pai é quem nos revela a Seu Filho Jesus Cristo, por Seu Espírito, o qual é quem nos dá a convicção e a capacidade de arrepender-nos, "8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;9 não de obras, para que ninguém se glorie" (Ef. 2:8,9). Essa salvação não está condicionada a obra alguma de nossa parte, nem boa nem má, e dela não nos separará nem o presente nem o porvir*(1). Esta salvação corresponde ao espírito. Mas a alma também deve ser salva; e devemos nos ocupar da salvação de nossa alma, de nosso eu, com temor e tremor*(2). Se não se faz uma clara diferença entre a salvação da alma e do espírito, a confusão é grande. Não confundas a alma e o espírito. O homem é um ser tripartido. A alma é o eu da pessoa, ali está a sede de sua personalidade, pois é o assento do intelecto (pensamentos), vontade (faculdade de decidir) e emoções, e dali emana sua responsabilidade e seu poder de decisão. Portanto, é necessário que nosso espírito (homem interior, o chama Paulo), já salvo, seja fortalecido com o poder do Espírito Santo, para que em conseqüência habite Cristo pela fé em nossos corações, que é outra forma bíblica de chamar a alma mais a consciência do espírito*(3), e chegue a ser Ele vivendo em nós e não nós mesmos*(4). Quando isto ocorrer, teremos sido aperfeiçoados pelo Senhor, teremos salvo nossa alma e teremos chegado a ser verdadeiros vencedores.
*(1) Cfr. Romanos 8:38*(2) Filipenses 2:12*(3) Efésios 3:16,17*(4) Gálatas 2:20
A salvação do espírito se relaciona com a vida eterna, e a salvação da alma e as boas obras estão intimamente relacionadas com a participação no reino, que são dois aspectos diferentes. Uma coisa é a salvação eterna, que é um dom de Deus imerecido e que não se perde, e outra coisa diferente é a recompensa de Deus ou o castigo temporário durante a era do reino. O problema da eternidade já está resolvido desde antes da fundação do mundo e faz dois mil anos que teve seu cumprimento na cruz do Calvário, mas o da posição no reino e sua recompensa dependem de que nós nos mantenhamos firmes. Não se deve confundir o reino com a salvação eterna. A salvação se recebe pela fé; é um presente, é a vida eterna; por outro lado, no reino se entra por nossa fidelidade até a morte, se recebe por obras, por obedecer ao Pai; no caso de Esmirna é a coroa da vida. Quando a palavra de Deus diz em Romanos 8 que não nos separará do amor de Cristo nem o porvir, ali não está condicionando que classe de porvir em nossas vidas. Aconteça o que acontecer no futuro, não perderemos nossa salvação eterna. Romanos 8:35-39 declara que não há maneira de separar-nos de Cristo. Nossa salvação eterna não se perde, pois não depende de nossas obras nem de nossas justiças próprias; se assim fosse, aparte de que anularia a obra do Senhor, se acaso hoje fosse salvo e amanhã não; talvez depois de amanhã sim; e depois? Nossa salvação nem sequer assim poderia sustentar-se firme, pois nada do que façamos ou deixamos de fazer nos fará merecedores de podermos chegar até Deus. A Bíblia não indica nenhum caminho nem esforço humano para chegar a Deus. Pelo contrário, nos revela que a melhor de nossas justiças é como trapo de imundícia frente à obra de Deus; mas, graças ao Senhor que nossa salvação não depende de nós, inúteis humanos, depende da obra que Cristo levou a cabo por nós em Sua encarnação, em Sua morte na cruz, em Sua ressurreição e em Sua glorificação. Tudo tem feito Cristo, "que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" (2 Timóteo 1:9). "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos,5 não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo " (Tito 3:4.5).A Bíblia diz que a salvação é um presente de Deus que não se perde, pois fomos salvos uma só vez e para sempre; diz que ninguém tem merecido a salvação, nem pode fazer algo de sua própria natureza para recebê-la. É um presente que se recebe pela fé, e a própria fé nos é dada por Deus. É Deus que tem eleito à quem vai salvar. Deus "4 assim como nos escolheu nele ( Em Cristo) antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor " (Efésios 1:4). Diz em João 15:16: " Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda". Desde antes da fundação do mundo temos sido predestinados a uma salvação que não se perde jamais. "Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At. 13:48). Levemos em conta que o que Deus dá, não tira. "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef. 2:1); aqui, como em outras partes, aparece no passado, se trata da salvação do espírito; por outro lado quando se trata da salvação da alma, sempre aparece no presente ou futuro. Por exemplo, diz 1 Timóteo 4:16: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes ". Também Lucas 21:19 diz: "É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma".A maioria dos teólogos, mestres e estudiosos da Bíblia, em sua concepção e exegese tradicional ignoram ou seguem tendo dificuldade para interpretar e concordar corretamente o conteúdo das passagens que se relacionam com o tribunal de Cristo e o juízo da Igreja. Ao ignorar a exegese dos respectivos textos ou se confundirem, tem chegado à concepção da falsa doutrina de que a salvação se perde, porque não fazem diferença entre a alma e o espírito e seus respectivos tempos de salvação. Se tu és um legítimo cristão, não estás perdido eternamente, mas pode ser que leves uma vida vencida e tenha motivos suficientes para merecer um tratamento adicional do Senhor; esse tratamento disciplinar pode ser executado agora, nesta era da Igreja ou quando vier o Senhor, o qual não significa que se vá perder tua salvação eterna. É muito certo o que nos diz João 3:16, mas também é certo o que nos diz Apocalipse 2:11. Podemos fazer, por exemplo, uma relação entre Mateus 5:13 com Lucas 14:34-35.Nos diz o Senhor em Mateus 5:13: "Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens". Os cristãos são o sal da terra. O que significa ser lançado fora? Significa ser excluídos do reino dos céus. Diz em Lucas 14:34-35, onde o Senhor nos dá a chave: "34 O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor?35 Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça ". O sabor e utilidade desse sal dependem da conduta do crente nesta terra, de seu grau de renuncia ao mundo e aos deleites terrenos. O que acontecerá com os que não renunciam a todas as coisas da vida presente? Que não serão aptos para o reino dos céus (na terra), nem para a estrumeira, ou inferno, porque são filhos de Deus, então serão lançados da glória do reino às trevas exteriores. Se tu és um cristão derrotado, jamais deixas de ser um filho e servo de Deus, mas há em tua vida a opção de ser jogado fora da terra, às trevas exteriores, longe da glória do reino de Cristo, durante o Milênio. Como temos anotado no capítulo 4, em muitas partes da Palavra de Deus vemos que haverá diferentes classes de castigos disciplinares para os crentes derrotados.O sermão do monte foi dito pelo Senhor a Seus discípulos, e são princípios e normas que se referem ao reino, para que a Igreja saiba o que lhe corresponde quanto ao trato e inter-relações dos irmãos, seus compromissos e atividades na obra do Senhor, sua atitude frente às coisas terrenas. No Antigo Testamento, temos o Salmo 89, um salmo messiânico que se relaciona com o pacto de Deus com Davi, o qual tem seu pleno cumprimento com o Senhor Jesus Cristo, de quem nos versos 27-29 diz:" 27 Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra.28 Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha aliança".Logo nos versos 30-37 nos diz: "30 Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos,31 se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, 32 então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade.33 Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade.34 Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.35 Uma vez jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?):36 A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim.37 Ele será estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha no espaço".Vemos que o não vitorioso terá seu castigo, ainda que não perderá sua salvação. Se sabe pela Palavra de Deus que no cristianismo professo há discórdia e gente não regenerada dentro de suas fileiras, e já sabemos o que sucederá com essas pessoas, mas também é um fato indiscutível que na Igreja, entre os regenerados e lavados pelo sangue do Senhor há servos fiéis, menos fiéis e infiéis, vencedores e derrotados, valentes e covardes, maduros e imaturos, espirituais e carnais, diligentes e negligentes, crianças flutuantes e adultos na fé. Em Mateus 24:45-51, encontramos o que acontecerá tanto com uma classe de servos como com a outra, na vinda do Senhor e o estabelecimento de seu tribunal, quando diz:" 45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.47 Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens.48 Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se,49 e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios,50 virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe 51 e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes ".Onde estiverem os hipócritas sofrendo eternamente, ali mesmo estarão sendo castigados por um tempo (diz, sua parte) os crentes descuidados, desobedientes, glutões, bêbados, viciosos, preguiçosos, mundanos, amadores dos prazeres mais que de Deus; os que buscam impor sua autoridade e suas leis na igreja. É importante ter em conta que a Escritura diz com toda clareza que somos salvos pela graça de Deus mediante a fé, como um presente de Deus em Cristo; entretanto, a continuação e as entrelinhas seguidas afirmam no mesmo contexto que o Pai preparou um trabalho exclusivo para cada um de nós. "10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef. 2:10).Isso significa, não obstante, que como filhos de Deus, temos a responsabilidade diante Dele de fazer algo específico que Deus preparou para que fizéssemos, dentro dos propósitos Dele na edificação de Sua casa, e do qual devemos dar conta. Deus não tem deixado Sua criação nem muito menos a edificação de Sua Igreja ao arbítrio dos homens. É necessário trabalhar de acordo a um plano minuciosamente traçado pelo Senhor, de acordo com Sua vontade, e seguindo os fundamentos bíblicos. Não se trata, pois, de fazer as coisas de acordo com nosso próprio plano e propósito, assim nos pareça que o que fazemos é perfeito e aceito por Deus.É necessário, pois, e para benefício nosso, que desviemos nossa atenção dos meros interesses terrenos, tanto de tipo pessoal como dos relacionados com organizações religiosas não fundamentadas na Palavra de Deus, e não descuidar a salvação de nossa alma. "...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor" (Fp. 2:12); e a razão disto encontramos também na bendita Palavra de Deus, quando diz " Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?" (Mateus 16:26). De acordo com o contexto, isto não disse o Senhor às multidões mundanas e sim a seus discípulos. Disse o irmão W. Nee:"Não podemos mesclar a perdição eterna com a disciplina. Muitos versículos, que parecem dizer que os cristãos podem se perder de novo, realmente falam da disciplina dos cristãos. Não só está o assunto da disciplina e o assunto da falsidade, Mas também o assunto do reino e da recompensa. Estas poucas coisas são fundamentalmente diferentes. Muitas vezes, aplicamos as palavras para o reino à era eterna, e as palavras com respeito à recompensa ao tema da vida eterna. Naturalmente, isto produzirá muitos problemas. Devemos dar-nos conta de que existe uma diferença entre o reino e a salvação, e entre a vida eterna e a recompensa. A maneira em que Deus tratará conosco no milênio é diferente da maneira em que Ele tratará conosco na eternidade. Há uma diferença na maneira em que Deus trata com o homem no mundo restaurado e no mundo novo. O milênio está relacionado com a justiça. Está relacionado com nossas obras e com nosso andar depois de que temos chegado a ser cristãos. O reino milenar tem como propósito julgar nosso andar; entretanto, na eternidade, nos novo céu e nova terra, tudo é graça gratuita. E o que tem sede pode vir e beber gratuitamente (Apocalipse 22:17). Esta palavra é falada depois de que os novos céus e a nova terra tenham vindo".*(5)
*(5) Watchman Nee. O Evangelho de Deus. L. S. M. Tomo II. Pág. 357.

- Os vencedores e o arrebatamento da Igreja

As Escrituras dão fé de que a Igreja será levantada pelo Senhor em Sua vinda, evento no qual ocorrerá a ressurreição dos justos e a transformação dos que permanecerem vivos até o glorioso regresso de Cristo. Vejamos acerca desse fato em quanto ao conhecimento de tal evento por parte dos crentes e em quanto à participação no mesmo.

Quanto ao conhecimento do tempo do arrebatamento.

De conformidade com Atos 1:9-11 e outros muitos textos bíblicos, o Senhor virá outra vez. "9 Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.10 E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles11 e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir". De acordo com certos sinais dados na Bíblia, sabemos que Sua vinda não demora, porque ninguém sabe nem o dia nem a hora, Mas podemos saber o tempo em que esse evento ha de ocorrer. Quem saberá o tempo em que o Senhor ha de regressar? Haverá irmãos que, ou por não amar a vinda do Senhor ou por andar preocupados em seus desejos carnais e vida do mundo, vivem despercebidos e esse fato os surpreenderá como ladrão na noite, e a outros, que estarão velando, não.Por exemplo, aos irmãos de Sardes, os que estão marcados dentro do protestantismo denominacional, os que tem nome de que vivem, e estão mortos, o Senhor lhes diz (Ap. 3:3): "Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti". O curioso é que isso mesmo diz o Senhor ao mundo com respeito de Sua vinda. Registramos no texto de 1 Tessalonicenses: 5:2-3: "2 pois vós mesmos (os santos) estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite.3 Quando andarem dizendo: (no mundo) Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá (os ímpios) repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão". Uma coisa é o mundo e o crente descuidado, e outra o que vela e ama a vinda do Senhor. Transcrevemos na continuação os versículos seguintes (4-10): "4 Mas vós, (os que velam) irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa;5 porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas.6 Assim, pois, não durmamos (não nos descuidemos no mundo) como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.7 Ora, os que dormem dormem de noite (nas trevas do mundo), e os que se embriagam é de noite que se embriagam.8 Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação;9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo,10 que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele". Este texto fala por si só.
Quanto ao tempo do arrebatamento e à participação no mesmo.
A ortodoxia doutrinal bíblica ensina que haverá duas ressurreições: Uma, a primeira, a dos santos na vinda do Senhor, depois da grande tribulação, e a segunda, a dos ímpios, ao finalizar o milênio. Sobre este ponto crucial da Escatologia, através da história se foram desenvolvendo os pontos de vista de várias escolas de interpretação, dos quais destacamos os seguintes.

1. Pós-tribulacionismo. A sã doutrina bíblica é que toda a Igreja do Senhor será arrebatada pelo Senhor e trasladada aos ares, onde nos encontraremos com o Senhor. Quando ocorrerá esse evento? Na última trombeta. "51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1 Coríntios 15:51-52). "16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;17 depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4:16-17). Ao ser levantada a Igreja ao toque da sétima trombeta, significa que a Igreja estará aqui na terra durante os sete anos do governo do anticristo, porque ao toque da última trombeta é quando ocorrerá a gloriosa vinda do Senhor e o começo de Seu reino milenar; e isso não ocorrerá senão ao finalizar os sete anos do governo da besta. Vejamos o que diz Apocalipse sobre isso."15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.16 E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus,17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.18 Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra" (Apocalipse 11:15,18). Este ponto de vista era o sustentado pela igreja primitiva, pois é o que aparece nos documentos do primeiro século, como a Didaqué; logo foi o ponto de vista interpretativo dos chamados pais da igreja, e dos escolásticos; também foi o ponto de vista dos reformadores; por último foi sustentado por várias das grandes denominações da linha reformada e outras; são pós-tribulacionistas inclusive algumas correntes presbiterianas e batistas. Também foram pós-tribulacionistas os irmãos Benjamím Newton e George Mueller, dentro da linha dos Irmãos ou Brethren, os quais se opuseram a Darby.Apocalipse fala dos santos saídos da grande tribulação. "9 Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.11 Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Apocalipse 7:9-17). O pós-tribulacionismo é o que se chama como a teologia do pacto. Mas o que sucedeu?

2. Pré-tribulacionismo. Não obstante que a igreja primitiva e a patrística sustentavam a interpretação do Novo Testamento no sentido de que a Igreja seria arrebatada depois da grande tribulação, entretanto, no ano 374, Efraim o Sírio, sem demonstrar profundamente, pela primeira vez na história lança a idéia de um arrebatamento antes da grande tribulação; mas não fez muito eco, pois até 1754 é quando retoma este ponto de vista um pastor batista chamado John Gill; posteriormente retomaram suas bandeiras os seguintes: em 1810 um jesuíta chileno de apelido Lacunsa; em 1812, um irmão inglês chamado Edward Irving; também ensinou o pré-tribulacionismo em 1816 uma mulher, ao parecer mística, chamada Margaret McDonald. Mas o que deu o respaldo final foi o irmão John Nelson Darby em 1820, que havia escutado de Eduard Irving. O irmão Darby foi da linha dos Brethren, também conhecidos na história como Os irmãos de Plymouth, intimamente relacionados com a restauração da igreja bíblica e a unidade do Corpo de Cristo. Darby havia sido um arcebispo anglicano, de onde saiu para se unir aos Irmãos em Plymouth. Darby aprofundou e sistematizou o pré-tribulacionismo e o dispensacionalismo. Mas quem deu ampla difusão ao pré-tribulacionismo e ao dispensacionalismo foi o Dr. Scofield com suas famosas anotações da Bíblia, e por esse meio essa corrente de ensinamento teve fácil entrada em muitas denominações. A morte de Scofield, quem retomou as bandeiras do pré-tribulacionismo foi Lewis Sperry Shaffer, fundador do Seminário Fundamentalista de Dallas, Texas, onde se tem formado muitos pastores denominacionais, e autor de una famosa teologia sistemática; de maneira que tem sido meios poderosos para que se difunda o pré-tribulacionismo. Outros influentes pré-tribulacionista tem sido Charles Ryrie, John F. Walvoord, das Assembléias de Deus, e J. Dwight Pentecost, autor da conhecida obra dispensacionalista "Eventos do Porvir", que tanta influencia tem projetado no denominacionalismo.Os irmãos que tem ensinado e difundido o pré-tibulacionalismo merecem todo o respeito, mas devo declarar o que diz a Bíblia, que se aos crentes é ensinado que a Igreja do Senhor será trasladada antes da aparição do anticristo na esfera política mundial, estão lhes enganando. "1 Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos, 2 a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.3 Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição,4 o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.5 Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? 6 E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria.7 Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém;8 então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda " (2 Tessalonicenses 2:1-8).Os pré-tribulacionista interpretam o versículo 7 no sentido de que é o Espírito Santo quem impede a manifestação do anticristo, e que o Espírito Santo será tirado da terra ao ser arrebatada a Igreja. Mas tenhamos em conta que o Espírito Santo está em todas as partes, inclusive no Hades. "7 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?8 Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também " (Salmos 139:7-8). Isso significa que o Espírito continuará na terra depois que a Igreja for arrebatada ao céu; inclusive estará nas duas testemunhas de Deus cujo ministério se desenvolverá em Jerusalém durante a grande tribulação.*(3) O Espírito não é quem tem detido a manifestação dos grandes impérios mundiais. Deus tem traçado um plano na história dos homens. Medite bem o leitor na estátua do sonho de Nabucodonosor de Daniel 2; aí aparece a sucessão dos impérios mundiais até a vinda do Senhor. As pernas da estátua correspondem ao império romano; logo vem uma explicação mais detalhada disto mesmo nas bestas de Daniel 7. Note que a estátua termina em dez dedos, e a quarta besta (Roma) aparece com dez chifres, dos quais se levantará outro, a besta, que se encarregará de quebrantar aos santos do Senhor (Daniel 7:14-25; Apocalipse 13:5,7; Apocalipse 17:12-13). A Escritura se interpreta por si própria; de maneira que o que impede a manifestação do anticristo é o império romano; ao ser tirado o poder de Roma, aparecerá o anticristo.
*(3) Apocalipse 11_1-12Vemos que para que na história se manifestasse o Império Romano foi necessário que fosse tirado o império grego, e que para que antes houvesse manifestado a Grécia, havia sido necessário que se tirasse a Medo-Pérsia, etc. Muitos ignoram que o Império Romano continuou governando em forma latente. Os bárbaros podiam haver desferido um golpe mortal à Roma imperial, mas esse mesmo espírito continua ao surgir a Roma papal, a qual herdou os poderes imperiais sobre toda Europa e suas colônias, poder que se encarregou de reviver o império romano com o Sacro Império Romano Germânico com Carlos magno e seus sucessores na Europa. De maneira, pois, que estamos vendo um ressurgir do Império Romano no antigo território europeu do império, suas antigas províncias, os países que hoje formam a Comunidade Européia. Daí sairá o anticristo, mas será um império diferente, pois o anticristo "o qual será diferente dos primeiros... e cuidará em mudar os tempos e a lei " (Dn. 7:24,25).

3. Os dois arrebatamentos. Ao analisar os dois anteriores pontos de vista, e talvez vendo em ambos alguma razão, surgiu uma terceira escola de interpretação com os irmãos Robert Govett, G. H. Pember, D. M. Panton, pioneiros da restauração da igreja bíblica, e ultimamente com o irmão Lang, com a convicção de que o arrebatamento da Igreja tem duas etapas ou dois arrebatamentos, um antes da tribulação para as primícias, os vencedores, e outro depois da tribulação para a colheita, ou seja, o resto dos cristãos salvos. Para ele tomam textos bíblicos tanto do Antigo como do Novo Testamento. Este foi o ponto de vista que seguiram e ensinaram os irmãos Watchman Nee e Witness Lee, apóstolos da restauração na China. Mas devemos ter em conta que só há duas ressurreições: Uma no começo do milênio para a igreja, e outra no final do reino milenar, para os ímpios. Também a Escritura fala de primícias da ressurreição, mas diz que as primícias é Cristo. "20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.21 Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.22 Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.23 Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda" (1 Coríntios 15:20-23). De maneira que Cristo é as primícias da primeira ressurreição; a igreja é a colheita